domingo, 28 de novembro de 2010

Sorvete delicioso - receita de Graça Andreata

O verão está chegando e uma boa receita de sorvete cai bem tanto no meu paladar, quanto em minhas lembranças.

Em minha infância, lá em Cachoeiro de Itapemirim, passava um vendedor de sorvete na rua com seu carrinho de madeira, gritando "olha o delicioso". Na verdade o tal sorvete era feito com bastante corante amarelo. Em minha memória infantil era realmente uma delícia! Era um sorvetinho cremoso, bem gostosinho.
Regina Herkenhoff, gozadora que é, dizia que não sabia se o delicioso era o vendedor, um senhor barrigudo, ou o sorvete. Essa dúvida eu nunca tive pois sempre achei que fosse o sorvete.

Desde que me conheço por gente fazer sorvete caseiro sem essas misturas nocivas à saúde é um desafio para nós donas de casa. Como fazer um sorvete cremoso no liquidificador??

Esse mês estive no aniversário de minha irmã Beatriz, lá em Guarapari, e reencontrei Graça Andreata, com quem aprendi uma receita de um sorvete excelente de laranja ou de outros sabores de fruta. 


SORVETE DE LARANJA da Graça Andreata


 1 lata de creme de leite
 1 lata de leite condensado
 4 latas de suco integral - puro - de laranja, ou de outra fruta.


Bater tudo no liquidificador e colocar na geladeira.
Bater bem . O sorvete fica deliciosamente cremoso.
Se precisar bater de novo assim que ele congelar pode fazer.
Para servir retire do frezzer e deixe um pouquinho fora da geladeira.


 Atenção: essa receita é um perigo para as gulosas que nem eu!!

sábado, 27 de novembro de 2010

Profecia

A música de Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro "O dia em que o morro descer e não for carnaval" é uma profecia dos fatos que estão ocorrendo no Rio esses dias.
A letra dessa música diz assim:

"No dia em que o morro descer e não for carnaval
 Ninguém vai ficar para assistir o desfile final.
 Na entrada rajada de fogos pra quem nunca viu
 vai ser de escopeta, metralha, granada e fuzil
                                            (é a guerra civil)"
E por aí vai. 
Na última estrofe uma mensagem de esperança:

"Melhor devolver à esse povo a alegria
Senão todo mundo vai sambar no dia
Em que o morro descer e não for carnaval."

PS. Ontem ouvi essa música e outras no show PAPO de PASSARIM, de Zé Renato e Renato Braz, no teatro da UFES. Show bonito de arrepiar!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A bolsa ou a vida

Tinha tudo para ser feliz e não era.
Queria viver a vida do outro, morar em outra cidade, viajar em outras companhias.
Tudo por de ter conseguido a vida farta que sempre desejou para si. Sentia uma culpa enorme por isso.
A culpa era tanta que não conseguia usufruir da vida que tinha.
Era assim que seu tempo e sua vida iam passando.

O Sapo, o boi e o narcisísta

O sapo queria ser um boi. Achou que bastava ele  ir inchando, inchando que iria mudar de forma e se transformar em um boi.
Ledo engano! De tanto inchar o sapo estourou, ou pocou, como nós capixabas falamos.
Muitas vezes os seres humanos agem como esse sapo. Esquecem que por mais que se deseje não se pode ser o outro, a não ser na psicose.
Essas tentativas de ser, o que não se é, para agradar ou ganhar o amor de alguém,  podem arrebentar o sujeito.
Narcisismo em excesso também. O ego de tão inflado pode estourar.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Tempos modernos

Algumas vezes recebi, via email, mensagens afetivas de pessoas queridas.
Tais mensagens, via de regra, exaltam a amizade entre você e aquele/a que está te enviando a mensagem e a importância do amor fraterno.
Algumas pedem para serem devolvidas ao remetente caso, você ache que ela ou ela mereça.
Confesso que nunca devolvo tais mensagens. Penso que fica subentendido que a pessoa que me quer bem é também querida por mim. 
Só que se não falamos ou escrevemos o outro nunca vai, de fato, se saber querido.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Quiche de alho poró

Tenho três livros de receitas que fazem a festa do paladar aqui em casa.
Um deles é Cozinha de Bistrô, de Patrícia Wells. Essa receita foi tirada dele.
A receita que passo para vocês é com minhas adaptações.


 Para a massa .
- 1 a 1/4 de xícaras de chá de farinha de trigo.  Eu coloco metade de trigo integral.
- 7 colheres de sopa de manteiga sem sal, gelada em pedacinhos. Se coloco a manteiga com sal -dispenso a pitada de sal.
- 1 pitada de sal
 - 3 colheres de sopa de água gelada.

Essa massa serve para fazer empadão, torta de limão ( é só tirar o sal) e outras mil tortas cuja base é massa podre.


 Modo de fazer:
 A autora mandar misturar em um processador de alimentos.
 Eu misturo tudo com as mãos. Vou amassando bem até formar uma bola.
Coloque a massa no meio de duas folhas de papel manteiga do tamanho da pirex que você irá assar a massa. Abrir bem com um rolo e depois transferir a massa para o pirex na qual ela será assada.
A massa tem que cobrir as bordas da vasilha.
Levar a massa para a geladeira por no mínimo 1/2 ou até a massa ficar firme. Eu deixo por uma hora na geladeira.


Para o recheio
-12 alhos poros pequenos ou cinco grandes
- pimenta do reino a gosto
- 2 ovos
-1/4 de creme de leite grosso
- 1 xícara de chá de queijo parmesson de boa qualidade.
- uma pitada de sal
-  azeite.


Modo de fazer.
Corte e jogue fora as partes verdes escuras do alho poró.
Corte o alho poró tipo palito se pique-os grosseiramente. Lave bem, com bastante água para tirar as areinhas que muitas vezes entranham em sua várias camadas. Escorra bem.
Refogue em uma uma panela com um pouquinho de azeite, sal,  pimenta e deixe cozinhar, em fogo baixo, por até 20 minutos. Se ficar com um pouco de água no alho poró escorra a água.
Em uma travessa bater bem os ovos com o creme de leite. Misture os alhos poros que você já refogou e o queijo parmesson.
Assim que o recheio estiver pronto retire a massa da geladeira e arrume esse recheio na massa.
Levar em forno pré aquecido a 220 graus por 40 a 45 minutos até a massa ficar douradinha por cima.
Assim que eu coloco a massa para assar eu abaixo um pouco o forno para 200 ou 180 graus.
Essa quantidade serve até seis pessoas.
Aqui em casa serve bem quatro pessoas.


Um vinho acompanha bem esse quiche.
É um lanche delicioso e leve.  
Bom apetite!

sábado, 20 de novembro de 2010

Show de vida

Ontem fui assistir ao show de Dori Caymmi. Adorei! Arranjos perfeitos, músicas deliciosas. Tudo intercalado de casos engraçados da família Caymmi e de outras piadinhas do cantor. 
O teatro do SESI de Jardim da Penha,  é pequeno, criando aquele clima  intimista no qual a platéia, sentada confortavelmente, conversa com o cantor, canta junto quando convocada. Tudo muito bom. Inclusive o preço.
 Lá pelas tantas ele cantou entre outras pérolas de  seu repertório: .. "quando chego me perco na trama de seu desejo".
Ah Dori, obrigada pela noite de tanta beleza!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Luto

Para muitas coisas nessa vida não temos respostas. Minhas  maiores dúvidas recaem sobre o sentido da vida, sobre o amor  e sobre a morte. A morte está ai enquanto única certeza que temos. Ainda assim prefiro deixá-la em paz.
Um acontecimento recente faz com que eu me pergunte sobre o que leva  um ser humano a desistir de viver. 
O que faz com que certas pessoas não consigam reapostar na vida?
Ao mesmo tempo enquanto uns desistem de viver uma senhora de noventa e seis anos disse que a vida passa muito depressa.
O que faz com que para alguns a vida seja um fardo tão pesado que os fazem desistir pelo caminho e para a grande maioria o importante é seguir vivendo? 
Não tenho respostas. 
Hoje só tenho perguntas.  

sábado, 13 de novembro de 2010

Mãe é tudo igual.

Era uma dessas tantas  mães que se consideravam modernas e antenadas.  Tirava de letra algumas questões polêmicas e se achava à frente de muitas amigas ao lidar com sua filha.
Claro que tinha lá suas falhas e dificuldades. Muitas até. Uma delas era na lida com toda essa parafernália tecnológica. Celular por exemplo, ser recusava a ter um. 
Até que em uma sexta feira o celular da filha tocou insistentemente. Incomodada pelo barulho ela pegou o celular para tentar desligá-lo. Ao abrir o celular leu escrito na tela: CARLA SEX.
Fechou o celular rapidamente quase em estado de choque. Respirou bastante e ficou uma semana se perguntando o que motivava sua filha a se auto denominar SEX.
Assolada por preconceitos e medos maternos pensou um turbilhão de coisas. Nem teve coragem de falar sobre isso com o marido. Como abordaria tal assunto com sua filha?
Duas semanas depois, numa terça-feira, tomou coragem e perguntou à filha  qual a razão pela qual ela se auto denominava SEX.
A filha espantada perguntou de onde ela tirara isso. Ela respondeu que lera em seu celular. A filha riu muito e mandou que ela pegasse seu celular e o abrisse.
Lá estava escrito: CARLA TER.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Os desejos e suas realizações.

Diferentes histórias de fadas madrinhas e lâmpadas maravilhosas nos mostram que os desejos sonhados, quando muito, só se realizam parcialmente. 
Contribui para isso o fato de que nessas histórias  os pedidos de realizações de desejos são sempre em número limitado. Soma-se a isso o fato de que idéias atravessadas na hora de pensar o desejo são, via de regra, conhecidas por telepatia pelos magos e, automaticamente, realizadas para o desalento daqueles que esperavam  naqueles desejos uma solução para sua vida. Assim os parcos desejos que restam são gastos para consertarem os estragos dos desejos anteriores. E a vida segue seu curso sem nenhuma mudança mágica.
Ontem reli, em Freud, um conto de fada deveras ilustrativo nesse sentido.
Uma boa fada ofereceu a um casal pobre realizar os três primeiros desejos que tivessem.  
A mulher tentada pelo cheiro de linguiça frita da casa dos vizinhos desejou algumas. E o desejo foi realizado. O marido, enfurecido, desejou que tais linguiças ficassem penduradas no nariz da mulher. E o segundo desejo foi também realizado. Claro que esse desejo do marido desagradou totalmente a sua mulher e teve que ser desfeito. E assim foram perdidos os três desejos.
Essa historieta ilustra bem dentre outras coisas que ninguém pode desejar pelo outro mudanças que digam respeito as suas vidas.
Por isso desconfio sempre das fadas madrinhas e dos mágicos. Esses seres de grande poderes e bondade extrema podem assim, sem mais nem menos, ler os pensamentos dos simples mortais que somos e nos deixar de linguiças penduradas no nariz. 

domingo, 7 de novembro de 2010

Dos filmes que eu vi: Doze homens e uma sentença

Doze homens e uma sentença é um filme americano de 1957, desses que mostram como uma boa história vale para qualquer época.
Doze jurados, trancados em uma sala, terão que decidir se um rapaz de 18 anos é culpado ou inocente pela morte de seu pai.
A tese da acusação é que o rapaz matou o pai a facadas. O veredicto tem que ser unânime. Caso o júri considere o rapaz culpado ele irá para a cadeira elétrica.
Ainda que em uma primeira rodada onze, dos doze jurados, considerem o réu culpado, um deles tem dúvida se ele é culpado ou inocente e pede que conversem mais antes de decidirem o veredicto.
Sustentar seu desejo na diferença é o suficiente para deixar comparecer os preconceitos, ideologias, as diferenças de pensamento que chegam quase a causar brigas entre alguns dos jurados.
Bastou um jurado se autorizar a dizer sua opinião a despeito da maioria, para que os outros tomassem coragem e passassem a questionar os argumentos que a princípio pareciam tão convincentes.
O que assistimos a seguir são homens com diferentes histórias de vida, idades, experiências e condição social confrontados com suas próprias questões inconscientes.
Esse filme levanta algumas questões fundamentais. Darei destaque a duas delas. Existe relação entre pobreza e violência? O ser humano que comete crime , ou suposto de cometer um crime, é ruim por natureza?
Essas e outras questões colocadas, somadas a tensão gerada pelas divergências, pelo calor do dia, vão tencionando a convivência entre os jurados.
Bonita a cena em que um dos jurados, oriundo da classe pobre descreve como é que se segura uma faca em uma briga, lembrança essa que ele confessa que havia recalcado. Ou mesmo todo o desenrolar do filme que vai nos mostrando, aos poucos, um pai desejoso de vingar seu próprio filho condenando o réu.
Para quem gosta de uma boa história esse filme é imperdível.
A direção é de Sidney Lumet e destaco a atuação de Henry Fonda.