segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Dos Filmes que eu vi: O Ciúme Mora ao Lado

O "Ciúme Mora ao Lado" é uma comédia finlandesa , dirigida por  Mika Kaurismäki.
A narrativa do filme mostra como as questões que atormentam os seres humanos, quando as questões de sobrevivência não estão em primeiro plano, são as mesmas, independente do nível de desenvolvimento do país aonde ele viva. 
O filme narra a história de um casal finlandês que está se separando e  ainda moram na mesma casa. A casa em que moram  é uma casa dessas que todos sonham ter. Ainda assim a  história nos mostra o quanto o ser humano é um bárbaro quando se trata  de suas relações afetivas mais próximas.

Muitos temas importantes são abordados nessa comédia. 
Vou destacar alguns que chamaram minha atenção:
- O aborto, pano de fundo dos desentendimentos do casal. A história mostra que por detrás do desejo de ser pai ou ser mãe estão recalcadas questões que dizem respeito às relações parentais de cada sujeito.
- O enigma sobre os motivos que levam um pai ou uma mãe a abandonar seus filhos pequenos.
- A prostituição, ligada à droga, ao roubo e ao crime. O fato de as prostitutas serem em sua grande maioria,  mulheres dos países da antiga União Soviética.
 - Os desencontros na vivência da sexualidade.
- A diferença de salário da rede de serviço público e da rede privada.
- A relação com a vizinhança. Um vizinho é um vouyer, assiste a tudo o que se passa na casa ao lado.
- A polícia, sempre atrasada, em relação aos criminosos.

È um filme que vale a pena assistir pois mostra como a felicidade plena  não existe. 
Mostra ainda que o ser humano, independente do estado de desenvolvimento do seu país, é dividido, é acossado, pelo  desconforto de ter que lidar com as dificuldades inerentes a sua fantasia, com as suas questões psíquicas, que determinam a relação que ele estabelece consigo mesmo e com os seus semelhantes.



segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Camarão vai bem até no jardim!

E os beija flores adoram!!

Mutações



Cogumelos do jardim

Quando de férias, na praia, adoro ao acordar andar pelo jardim e observar os novos cogumelos que brotaram.








Estupro, mal ignorado nas guerras

Na revista "Carta Capital" dessa semana tem uma reportagem sobre como o estupro é "comum" em tempos de guerra.
A reportagem ressalta que esse mal é generalizado e que as vítmas,  que em sua grande maioria são mulheres e crianças do sexo feminino, quando não são discriminadas por seus próprios familiares são ignoradas.
Se por um lado a reportagem ressalta que o estupro é um tema tabu e que existem poucos registros históricos anteriores ao século XX da ocorrência desse tipo de crime em situações de guerra ou conflito. Por outro lado constata que há 16 séculos atrás, após o saque de Roma, Agostinho, não sei se o santo, afirmou ser o estupro, um mal antigo e costumeiro em tempos de guerra.
A reportagem nos mostra ainda um quadro com números altíssimos de mulheres estupradas  em diferentes guerras desde 1937.

Essa reportagem me fez lembrar o texto freudiano. A psicanálise tem muito a dizer sobre o tema da sexualidade e da agressividade, pulsões tão presentes e centrais na vida dos seres humanos.
A teoria psicanalítica vem afirmar que a vivência plena das pulsões sexuais e agressivas, cujo ápice seriam o incesto e a permissão de matar o semelhante, são proibidas, nas mais diferentes culturas, a todos os seres humanos.  
De acordo com Freud essas duas Leis, que proibem o incesto e a morte do semelhante, fundam a civilização, a cultura e humanizam o seres humanos, permitindo a convivência fraterna entre eles. Essas duas Leis regulam toda a vida humana, tanto do ponto de vista psíquico, quanto social.
A forma como cada sujeito, cada criança que nasce, internaliza essas proibições vai resultar em sua estrutura clínica e, consequentemente,  na sua forma de inserção social.
Três são as saídas frentes a essas proibições. O recalque, a renegação ou a foraclusão dessas proibições. Cada uma dessas saídas irão estruturar a forma como o sujeito lida com seu corpo, consigo mesmo, com seu desejo e com seus semelhantes.  Quer dizer cada uma dessas saidas estruturam um modo de funcionamento psíquico e social do indivíduo, resultando no que denomimanos neurose, perversão ou psicose.
Todavia as guerras nos mostram que quando a pulsão agressiva é desrecalcada, quando é permitido matar o semelhante, a pulsão sexual imediatamente é desrecalcada junto. Daí os crimes de estupro serem crimes comuns nas guerras. 

Como crime que é o esturpo tem que ser punido. Como crime que é não pode mais ser ignorado nem fazer de suas vítmas discriminadas, ou seja, duplamente criminalizadas como se fossem elas a desejarem tal situação.
As guerras e os crimes sexuais decorrentes das mesmas nos mostram como do ponto de vista psíquico não evoluimos nada. Continuamos na barbárie.  Evoluimos sim do ponto de vista da técnica, que é cada vez mais sofisticada, para matarmos e humilharmos nossos semelhantes.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Atrás da Igreja.


Essas fotos são de Trancoso. Atrás da igreja do Quadrado a vista é deslumbrante. Muito verde, muito azul e muita calma.
Com uma vista dessa quem vai prestar atenção na missa??

Raízes do manguezal

Essas raízes do mangue me encantam. Quando a maré está baixa elas aparecem assim enredadas umas nas outras. Tudo juntinho. Essas aqui são de Trancoso, Bahia. Aqui em Vitória, também temos alguns mangues com suas raízes com seus carangueijos.
 Quando criança cantava uma música de roda assim:
"Carangueijo não é peixe. Carangueijo peixe é. Carangueijo só é peixe na vazante da maré.  (..)"

Índios do Brasil


Sobraram alguns índios no Brasil. Esses ai estão pintados para guerra da sobrevivência.
Vendem seus produtos nas praias de Arraial d`Ajuda, lá onde o Brasil foi descoberto.
O jogo de cores é lindo. O jogo da vida nem tanto. Claro que ai está o meu ponto de vista. Não conversamos sobre isso. Eles na verdade são de poucas conversa. Só pedi autorização para tirar essas fotos, que divido com vocês.

Coisas de jardim.

Bromélia dá sapo?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Das pequenas transgressões

Fazem alguns bons anos escutei uma conversa entre duas senhoras na praia. Elas eram o que chamaríamos de distintas, bem tratadas,  e aparentam mais de sessenta anos. Elas estavam se divertindo e uma disse para outra algo mais ou menos assim: nesse verão vou me permitir todas as pequenas transgressões possíveis, dessas que não fazem mal a ninguém. Dessas que não dizem respeito ao valores morais e éticos, eu diria
Assisti e compartilhei da felicidades de ver aquelas duas damas fazerem tererê, tatuagem de rena, .., coisas que são, aparentemente, bobas, que a gente não se permite fazer, viver, por medo de cair no ridículo.
Como somos bobos nós os humanos! Essa censura que nos aprisiona e nos faz nos preocuparmos com o que os outros irão pensar ou dizer não nos permite alguns nacos de felicidade e de riso solto.
Tudo bobagem! Voltar a ser criança e se permitir não ter medo de ser feliz fazem um bem danado!
Aquelas duas senhoras não mais as vi. Volta e meia relembro dos seus olhares cheios de brilho, de vida, dos sorrisos fartos, próprio das pessoas que gozam a vida e vivem bem.
Elas nem imaginam o bem que me fizeram e o quanto lhes sou agradecida!
Aonde elas estiverem que estejam em paz e bem. É o que lhes desejo.
Bom dia para vocês! Muitas mangas me esperam pelos caminhos do Arraial.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Chuva de mangas

Está chovendo manga em Arraial D`Ajuda - Bahia.
Não bastasse o Arraial ser o paraíso que é esse ano temos chuvas de mangas por aqui.
Caminhando para a praia vamos catando mangas que caem pelos caminhos.
O cheiro da manga que cai do pé, madurinha, lembra minha infância e me convida a pequenas e deliciosas transgressões.  Catando as mangas que caem enchemos uma sacola. Que cheiro bom, que amarelo forte, ouro puro!
Plim, plim salabim e lá vou eu manga na boca sem lavar nem nada. Saio andando e chupando manga me lambuzando toda, sem medo de ser feliz. Manga que cai do pé é manga abençoada. Já choveu e foi lavada. Acho que com água benta. Tamanha a bênção de vida e alegria que vem junto com o fruto.
Um simples gesto e a vida se renova. Como um passe de mágica a Sra que sou vira de novo criança, que ri e se delicia com a fruta madura.   Caminha sem vergonha ou escrúpulo e  goza ao sabor da fruta madura. Celebração de vida!
Fruta que não se paga e alegria que não se compra. Gratuidade da vida. Divida simbólica impagável.
PS: depois conto para vocês o melhor sorvete de manga que já chupei em toda minha vida!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A língua dos outros

Muitos "causos" demonstram como é difícil o manejo da língua estrangeira.
Nossa comadre, americana, que mora no Brasil já fazem alguns anos nos brindou com alguns bons "causos" que partilho com vocês.
Ela nos contou que logo que chegou a nossa terra viajou de Vitória para Belo Horizonte. Chegando lá disse para os amigos que viajou de leitão, quando queria dizer que viajou de ônibus leito.
Numa outra ocasião o porteiro do prédio onde morava em Vila Velha interfonou e perguntou se ela tinha atadura. Ela prontamente lhe enviou um pedaço de rapadura! 
Essa mesma comadre telefonou para um amigo brasileiro e seu filho  de uns 10 anos atendeu o telefone. Ela estava conversando, em português, com o menino que, lá pelas tantas,  disparou: vou chamar logo meu pai porque estou ficando cansado de fazer esforço para entender seu inglês!

Feliz 2011


Dizem que ano que dá manga é  ano bom.
Eu, que só tenho visto mangueiras carregadas pelos caminhos, estou bastante esperançosa quanto ao ano que se inicia.
Que 2011 traga bons ventos, chuva sem temporal, sol sem ser a pino, calor humano, friozinho aconchegante e um montão de sonhos, muitos sonhos. Sonhos com cor e sabor de manga doce. Saborosos sonhos  verdes e amarelo, cor do Brasil que tem sua primeira mulher presidente.

Adivinhações

Dou uma jaca para quem adivinhar que tipo de uva é essa.