sábado, 20 de outubro de 2012

Atum à moda de Corfu

Adoro peixe. Como moro numa ilha, sempre que quero tenho peixe fresco. É só dar um pulo na Cooperativa de pescadores da Praia do Suá. Lá é o paraíso dos peixes e marisco de minha terra. Tudo lá é fresquinho! E eles limpam o peixe do jeito que você pedir com uma rapidez e competência incrível. Gosto de vê-los trabalhando no pescado, descascando um camarão ou limpando uma lagosta.
Como, atualmente, sou a cozinheira da casa e gosto de variar na cozinha, tenho testado algumas receitas de diferentes países da coleção Cozinha País a País -  da Folha de São Paulo. Esses livrinhos estavam comprados faz algum tempo. 
Todavia no Brasil, isto é no livrinho que tinha as receitas do Brasil, a receita tradicional de minha terra, Moqueca Capixaba, passa longe de uma verdadeira moqueca de minha terra. Acho eles devem ter pego aquela receita de alguém que inveja o sabor maravilhoso desse prato e estragou  a receita. Esse deslize dos editores foi suficiente para eu não abrir mais tais livrinhos.
Agora, passado um bom tempo, estou aqui testando algumas receitas dessa coleção. As que gostei  vou compartilhar com vocês.
Esse prato é da Grécia. Gostei pela simplicidade e pelo sabor. 
Eles indicam a receita para seis pessoas. Fiz para duas, com as devidas reduções, nas proporções dos ingredientes e ficou muito saboroso.
Vou copiar a receita tal como está no livro e, dependendo do número de comensais, façam uma adequação nas proporções dos ingredientes.

Atum à moda de Corfu
( para seis pessoas)

- 11/2 Kg de atum  numa única peça
- 700g g de tomates ( usei tomatti pellati)
- 100 g de azeitonas pretas
-  1 ramo de tomilho ( usei secos)
- 3 colheres de sopa de alcaparras
- 3 colheres de sopa de salsa
- 6 colheres de sopa de azeite 
( não gosto de nada nadando em gordura- coloquei um fio de azeite  
e confesso que não fez nenhuma falta)
- pimenta do reino e sal

Modo de fazer:

1.Compre um atum inteiro tire  a pele e faça files no sentido do comprimento. Corte os filés em três pedaços. Deixe cada pedaço com a largura de um dedo mais ou menos Eles falem aqui dois cm. Sempre no sentido do comprimento - não é para fazer postas do peixe!
Tempere com  sal e pimenta e reserve.

2. Refogue os tomates, com o azeite, picados fininhos. Acrescente as alcaparras ( sempre que cozinho com alcaparra pico bem pequeninhas pois detesto comê-las inteira), as azeitonas pretas sem carroço ( eu piquei grosseiramente), salsa picadinha, o tomilho, o sal e a pimenta do reino. 
Refogue por dez minutos em fogo baixo mexendo sempre.

3. Coloque metade do refogado numa assadeira, distribua os filés de atum e cubra-os com o restante de refogado. Leve no forno pré aquecido por 15 minutos a 180 graus.

Aqui em casa acompanhei com arroz integral, brócolis e uma saladinha.
Ficou muito bom!






quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Tomando partido

Nesses tempos em que o Supremo Tribunal Federal está condenando Genoíno , Zé Dirceu já recebi e li muitas coisas. 
Entre tantos artigos que recebi veio uma carta da filha de Genoíno. Bom que ela tenha o pai em tão alta consideração. É uma pena que ele tenha manchado sua trajetória. Ele sabia bem o que estava fazendo e no que estava se metendo. 
Fiquei particularmente tocada com o artigo transcrito abaixo que Chico Alencar assina no JB-on line na sessão denominada Coisas de Política - Um Começo,  que posto abaixo.
Voto no PT e esses senhores não podiam fazer o que fizeram e que sempre criticaram. Quero voltar a sonhar na hora de dar o meu voto.
Quero dar meu voto sem medo de ser feliz!

Um começo

Boa parte da mídia grande tem especial prevenção contra o PT e a esquerda.


Jornal do BrasilChico Alencar*

Só por razões e emoções nutridas pelo ódio político alguém se rejubila pela condenação dos réus do mensalão. Isso não é motivo de alegria, até porque o marco histórico contra a impunidade dos poderosos, para ser inscrito na vida jurídica e política do país, ainda precisa superar outras etapas.
Alguns dos condenados do momento, é verdade, têm história de vida admirável, na resistência à ditadura e na construção democrática. Estão sofrendo sanções exata e justamente por praticarem, no poder, o que sempre criticaram quando na oposição. Uma pequena tragédia, que cristaliza, na percepção das novas gerações, a ideia de que "os políticos são todos iguais". É incalculável o quanto isso significa no desencanto com a atividade política, por mais que venham sinais promissores de que a impunidade dos "de cima" pode estar começando a acabar.

Sim, parece claro que boa parte da mídia grande tem especial prevenção contra o PT — hoje um partido social-liberal — e a esquerda. A cobertura do julgamento da Ação Penal 470, popularizada com o apelido de mensalão — revela isto. O pouco destaque dado até agora a processos similares, que tardam, como o "mensalão tucano" de Minas Gerais — Ação Penal 536 —  o do DEM/DF — Ação Penal 707, em curso no STJ — e o arrefecimento do noticiário em relação ao escândalo Cachoeira/Delta o confirmam. E são esses e outros casos judiciais que precisam ser analisados em instância terminal, para que a justiça seja completa e tenhamos, de fato, um paradigma jurídico-político que inaugurará uma nova etapa da nossa moralidade republicana.
Feitas essas preliminares, é preciso lembrar que nada do que o STF está decidindo agora é "raio em céu azul".  Fui do Diretório Nacional do PT e lembro bem de conversa com Genoino quando renunciou à presidência do PT, no auge das denúncias que deixavam atônitas as bases do partido — e fizeram o presidente Lula se sentir "traído", como declarou, com calculada sinceridade... Genoino, este sempre muito franco, disse que participar da disputa majoritária — foi candidato a governador de SP —  com os acordos e os elevados recursos que envolvia, tinha sido, para ele, uma "entrada no inferno".  "Meu mundo é o do debate político, não o da administração e viabilização de recursos", lamentava, embora vinculado politicamente ao setor dominante que praticava esta realpolitik.
O PT, por decisão da maioria dirigente, fez uma escolha deliberada de aproximar-se, até organicamente, de partidos de corte fisiológico e e patrimonialista e de figuras como Valdemar Costa Neto (PR), Roberto Jefferson (PTB), Maluf (PP), Collor, Sarney, Barbalho. Isso sempre cobra um preço: o de afrouxar as fronteiras ideológicas e éticas. Mas foi de caso pensado, por parte de parte da cúpula do partido. Os que resistimos fomos, paulatinamente, sendo colocados à margem. Tudo em nome de um conceito tão novo quanto enganoso: "governabilidade".
Estive, ainda no PT, nas tentativas de "refundação", com Tarso Genro à frente. O grupo liderado por Zé Dirceu, que segue forte, não permitiu avanços nessa direção.
Não dá para clamar contra a parcialidade ou o "reacionarismo" do STF, como alguns fazem. Não é irrelevante o fato de que a maioria dos ministros do Supremo tenha sido indicada por Lula — maioria insuspeita, portanto. Ayres Britto, o presidente, já foi até candidato pelo PT em Sergipe! As decisões de condenação têm sido tomadas por larga margem, o que revela um grau de convicção, derivada dos autos, que reforça a compreensão de que faz-se, de fato e de direito, justiça.

Independentemente da maior ou menor repercussão eleitoral do julgamento, o PT, enquanto coletivo político, vai continuar. Ele está hoje entre os maiores partidos brasileiros, com uma invejável estrutura política, financeira e de representação. Com crescente capilaridade, ainda que em marcha batida para a "peemedebização", a adaptação plena ao sistema vigente. Talvez isso explique o fato de não se ter, até aqui, lido ou ouvido qualquer autocrítica da agremiação. Autocrítica, aliás, era uma antiga e saudável prática da esquerda, em toda a parte do mundo... Caiu em desuso, nesses tempos de pragmatismo total.
O Judiciário, com sua proverbial morosidade, começou a fazer sua parte. Resta ao Legislativo fazer a sua, que é uma reforma política que mude radicalmente os mecanismos de financiamento privado e milionário das campanhas e o controle social sobre os eleitos, hoje praticamente inexistente. Sem ela, os "ovos de serpente" de mensalões continuarão sendo chocados, e boa parte dos eleitos nos pleitos bienais serão potenciais fichas-sujas. Mas nenhuma mudança substantiva interessa aos grandes partidos, beneficiários do modelo corrompido atual. Isso aprofunda o fosso entre Estado e sociedade. Até quando?

Comentários

1 comentário
  • maria de belem barros marques
    Parabéns Chico Alencar. Pena que o povão, aqueles que não lêem, não tenham a ajuda de um pensamento claro, objetivo e sincero como faz você neste artigo. Quando digo que não lêem, não é que sejam analfabetos,e que estão perdidos nesse oceano de pobres informações de valor. A preguiça os impede de se interessarem pelo que é necessário e acabam aderindo ao que há de pior na imprensa e demais meios de comunicação.

sábado, 6 de outubro de 2012

Reencontro

Reencontrou amigas que conheceu desde a época da faculdade. 
Era aniversário de uma delas e fora convidada. 
O marido foi junto. 
A conversa fluiu como se tivessem interrompido ontem. 
Conversaram sobre muitos assuntos. Política e as eleições, menstruação, menopausa  e outros tantos assuntos de interesse da vida e da saúde do corpo feminino.
Achou graça de saber que duas delas frequentavam a mesma homeopata que ela.
Reconheceu tantas afinidades com as meninas daquele grupo que voltou para casa com vontade de reencontrá-las. 
Sentou no computador e procurou a receita da Torta de Sintra. Achou.
Vai convidá-las para um café com prosa, risos e amizade. 
Não é a amizade um dos mais importantes  tempero da vida?