segunda-feira, 8 de julho de 2013

Médicos estrangeiros são bem vindos?

Antes de nos posicionarmos sobre a vinda de médicos de Cuba para trabalharem em nosso país fui me informar a respeito do assunto. E repasso para vocês o que li no

Repasso para vocês o que li no blog Conversa Afiada do jornalista  Paulo Henrique Amorim. 
Em um dos posts ele  reproduz importantes e esclarecedores trechos da matéria “O Brasil tem metade dos médicos que precisa“, escrita por Paulo Moreira Leite e Izabelle Torres, para a revista Isto É.

O Brasil tem metade dos médicos que precisa

(…)
Num País com cerca de 400 mil médicos formados, no qual pouco mais de 300 mil exercem a profissão, nada menos que 700 municípios – ou 15% do total – não possuem um único profissional de saúde. Em outros 1,9 mil municípios, 3 mil candidatos a paciente disputam a atenção estatística de menos de um médico por pessoa – imagine por 30 segundos como pode ser a consulta dessas pessoas.

(…)
A presidenta Dilma Rousseff assinará uma medida provisória e três editais para tentar dar um basta a essa situação dramática em que está envolta a saúde pública do País. Trata-se da criação do programa Mais Hospitais, Mais Médicos. Embora inclua ampliação de bolsas de estudo para recém-formados e mudanças na prioridade para cursos de especialização, com foco nas necessidades próprias da população menos assistida, o ponto forte do programa envolve uma decisão política drástica – a de trazer milhares de médicos estrangeiros, da Espanha, de Portugal e de Cuba, para preencher 9,5 mil vagas em aberto nas regiões mais pobres do País.
(…)

Numa medida destinada a responder aos protestos que entidades médicas organizaram nas últimas semanas pelo País, o governo decidiu organizar a entrada dos médicos estrangeiros em duas etapas. Numa primeira fase, irá reservar as vagas disponíveis para médicos brasileiros. Numa segunda fase, irá oferecer os postos remanescentes a estrangeiros interessados. 
(…)


Uma primeira experiência, ocorrida no início do ano, é ilustrativa do que deve acontecer. Em busca de médicos para 13 mil postos abertos em pontos remotos de 2,9 mil prefeituras do país, mas reservados exclusivamente a brasileiros, o Ministério da Saúde mal conseguiu preencher 3 mil vagas, ainda que oferecesse uma remuneração relativamente convidativa para recém-formados, no valor R$ 8 mil mensais, o equivalente a um profissional de desempenho regular em estágio médio da carreira.  Essa dificuldade se explica por várias razões. Poucas pessoas nascidas e criadas nos bairros de classe média das grandes cidades do País, origem de boa parte dos médicos brasileiros, têm disposição de abandonar amigos, família e todo um ambiente cultural para se embrenhar numa região desconhecida e inóspita.


(…)


Nos hospitais e nos órgãos públicos, há diversos relatos dramáticos que envolvem a dificuldade para se contratar médicos, mas poucos se comparam à situação enfrentada por Henrique Prata, gestor do Hospital do Câncer de Barretos, uma das mais respeitadas instituições do País na especialidade. Nem oferecendo um respeitável salário de R$ 30 mil para seis profissionais que seriam enviados a Porto Velho, em Rondônia, ele conseguiu os especialistas que procurava. Henrique Prata explica: “Há cerca de dois anos venho notando a falta de médicos no Brasil. Hoje, oferecemos salário inicial de R$ 18 mil por oito horas diárias de trabalho, mas não conseguimos gente para trabalhar. Está mais fácil achar ouro do que médico.”


(…)


Num ambiente onde carências se multiplicam, as famílias e regiões mais pobres sofrem mais – o que torna razoável, do ponto de vista da população, trazer profissionais estrangeiros para compensar a diferença. Até porque emprego de profissionais estrangeiros é, na medicina de hoje, um recurso comum em vários países. Na Inglaterra, 37% dos médicos se formaram no Exterior. No Canadá, esse número chega a 22% e, na Austrália, a 17%. No Brasil, o índice atual é de 1,79%. Se considerarmos somente os países em processo de desenvolvimento e subdesenvolvidos, a média nacional de 1,8 médico por mil habitantes já é considerada uma média baixa. A Argentina registra 3,2, o México 2 e a Venezuela de Hugo Chávez 1,9. Se a comparação é feita com países desenvolvidos, a nossa média cai vertiginosamente. A Alemanha, por exemplo, possui 3,6 médicos por mil habitantes. Ou seja, o Brasil tem cerca de metade dos médicos que uma nação civilizada necessita.

(…)

Mas 22 Estados brasileiros estão abaixo da média nacional e, em alguns deles, vive-se uma condição especialmente dramática. No Maranhão, o número é 0,58 por mil. No Amapá é 0,76. No Pará, cujo índice é de 0,77, 20 cidades não têm um único médico e outras 30 têm apenas um. “Muitas pessoas acreditam que o Brasil até que tem um bom número de médicos e que o único problema é que eles estariam no lugar errado”, observa o ministro Alexandre Padilha, da Saúde, que, como médico, passou boa parte da carreira no atendimento à população carente do Pará. “Temos os dois problemas. Faltam médicos e muitos estão no lugar errado.”

(…)
Com uma média altíssima de médicos por habitante (6,7 por mil), o governo de Havana tem uma longa experiência de exportação de seus profissionais, inclusive para o Brasil. Por autorização do ministro da Saúde José Serra, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, médicos cubanos foram autorizados a atender a população brasileira em vários pontos do País. Em 2005, quando a autorização de permanência dos cubanos no Estado de Tocantins se encerrou, uma parcela da população chegou a correr até o aeroporto para impedir que eles fossem embora.

(…)
como sabe qualquer pessoa que já sofreu um acidente de automóvel, um enfarto dentro de um avião ou enfrentou imprevistos semelhantes, ninguém pergunta pelo diploma de um médico que estiver por perto. Apenas agradece por sua presença única. São pessoas nessa situação que podem ser beneficiadas pelos médicos estrangeiros.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Mal estar na sociedade brasileira

O mal estar existente na sociedade brasileira

by luisnassif
Da Carta Maior
Por Marco Aurélio Garcia
Pela primeira vez na história do país, um governo decidiu enfrentar o problema principal de sua formação social : a desigualdade. Essa mudança foi realizada – uma façanha, aliás – ao mesmo tempo em que as liberdades democráticas foram aprofundadas. No entanto, é impossível negar a existência de um mal estar na sociedade brasileira. A presidenta Dilma Rousseff saudou a « voz das ruas », condenou os excessos das forças de segurança contra os manifestantes e convocou a Brasília os principais porta-vozes dos movimentos para um debate franco.
(*) Artigo publicado originalmente no jornal Le Monde
Os franceses compreenderam, há 45 anos, que fatos aparentemente anódinos podem ser a origem de eventos de proporções históricas. Um acontecimento menor, em Nanterre, foi o estopim que provocou uma das maiores explosões sociais e políticas da segunda metade do século passado : o Maio de 68. Não se trata, obviamente, de explicar a amplitude dessa « deflagração » por seu « detonador », se bem que os laços entre os dois fenômenos sejam evidentes.
Clique aqui para saber mais sobre o nosso site
PS: esse texto foi para mim muito esclarecedor sobre essa onda de protestos que assolou o Brasil em junho de 2013. Se você  desejar entre  no site e leia o restante.

Buscando leitura sobre o momento atual

Os três desafios de Dilma Roussef

by luisnassif
Coluna Econômica
O governo Dilma Rousseff tem três desafios.
O primeiro, superar o momento atual do esculacho, o enorme desabafo nacional que sacudiu todo o país. Os movimentos já atingiram o epicentro e começam a refluir.
O segundo, o de recuperar o protagonismo político e abafar o movimento “volta Lula”, ensaiado por setores do PT e do empresariado.
Bancada por duas grandes empreiteiras, recente pesquisa de opinião analisou perdedores e ganhadores do movimento das ruas. Dilma e Geraldo Alckmin (governador de São Paulo) caem, Dilma um pouco mais, Alckmin um pouco menos. O PT despenca e, junto com ele, o PSDB e Aécio Neves. Marina Silva sobe um tanto e Lula sobe mais.
Um eventual crescimento do sentimento “volta Lula” teria consequências imprevisíveis sobre a fervura política do país, razão pela qual o próprio Lula tem demovido os entusiastas de sua volta.
O fim antecipado do governo Dilma lançaria a economia em mares revoltos, justamente no momento em que haverá turbulências de monta com a decisão do FED (o banco central dos EUA) em voltar a subir os juros. O país poderia chegar às eleições caindo aos pedaços.
***
PS: O texto acima é do Luís Nascif e está no site Brazilianas.Org
 Nesse site tenho lido as melhores análise sobre o momento político que estamos vivendo no país.
 Visite e site e me diga se você concorda comigo

quinta-feira, 27 de junho de 2013

O avental e o preconceito

Estava com um problema na cozinha. Um  técnico foi chamado para resolvê-lo tendo que retornar duas vezes para realizar o serviço. 
Em seu retorno foi recebido pela dona da casa, que já o havia recebido no dia anterior.
Como na hora em que ele chegou ela havia colocado uma roupa para andar de bicicleta ela decidiu colocar um avental por cima da roupa que usava.
O rapaz entrou e durante o serviço ela percebeu que ele estava um pouco irritado com os pitacos que ela ia dando. 
Ao se despedir a informou que iria ligar para a dona para informá-la sobre o que havia feito. 
Ela retrucou: dona, que dona?
Ele respondeu que era a dona da casa. 
Ao ser informado que estava falando com ela ele se desculpou e disse que não a havia reconhecido.
Ela bem que havia percebido, pelo modo como ele a tratara, que o avental a tornara invisível. 
Não era a invisibilidade de uma super heroína que atravessa paredes para defender o bem contra o mal. Muito menos a invisibilidade da mulher gostosona  que realizava os sonhos do galã desesperançado do filme "A Mulher Invisível."
Era a invisibilidade do preconceito das classes subalternas com seus iguais. O rapaz de uniforme e botas não enxergou a mulher de avental. 
Provavelmente ele a tratou com o mesmo descaso ou desprezo e arrogância com que é tratado pela maioria das pessoas para as quais ele presta serviço

domingo, 16 de junho de 2013

Sogra e nora.

A sogra visitava o filho e sua família com uma certa frequência. Sempre que chegava gostava de ir, pelo menos um dia,  para a cozinha fazer pratos típicos da culinária  familiar.
Numa dessas ocasiões a sogra pediu algo, que ela nem lembra o nome, para tirar o miolo das abobrinhas que iriam ser recheadas. Disse que não tinha.
A sogra perguntou se ela não havia dado um para ela. Espantada com a negativa da nora afirmou que sempre presenteou suas noras com essa peça.
Voltou para sua terra e muitas outras visitas àquela família  aconteceram.
E o tal aparelhinho continuou esquecido para sempre amém.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Fotografo ou artista?

Ontem, pela manhã, passeando no mirante da ilha das Garças,  encontramos com Davi Protti que subiu esbaforido o morro que dá acesso ao mirante.  Corria para fotografar um navio que estava saindo da baía de Vitória.
Subimos para o mirante e  tivemos a chance de ficarmos ali assistindo ao ofício de um exímio fotografo profissional que sempre faz panorâmicas que captam a beleza mágica de nossa cidade.
Para alcançar os melhores ângulos Davi subiu em uma pedra e aproveitou para discorrer sobre os perigos de seu ofício. Ali de cima ele disparou clicks para todos os lados.  Foram tantos os clicks  disparados por ele que sua máquina parecia uma  metralhadora giratória, fotografando para todos os lados.  Boa arma essa. Possibilita vivenciar a fantasia de estar atirando para todos os lados e, ao invés de matar o semelhante, revela algo captado pelo olhar do fotografo. 
Após revelado o que é visto e captado pelo olhar solitário do fotografo dá-se a ver.  
Ver e ser visto, pulsões que, desde sempre, habitam o ser humano e fazem da fotografia uma arte e do bom fotografo, como Davi, um artista.
Busque no google as fotos do Davi. Ele fez uma exposição e tem um livro de fotografia publicado cujo título é  "Panoroamando Vitória" e me digam se concordam comigo.

domingo, 26 de maio de 2013

domingo, 19 de maio de 2013

Para viver temos que deixar a morte em paz.

Hoje li no Estadão, on line, sobre um novo mercado que o artigo denomina de "mercado do medo da morte". 
A matéria versa sobre a atriz Angelina Jolie que, após ter feitos alguns exames, que só cabem no bolso de milionários como ela, retirou os dois seios para prevenir o câncer de mama.
E os fatores emocionais que também contribuem para a aparição das doenças não são considerados?
Sabemos que da morte não temos como fugir. Ela é a única certeza que temos nessa vida.  E um dia ela chega. 
Será que começarmos a retirar órgãos é a melhor maneira de prevenir doenças? Penso que não. Acredito que  melhor maneira de prevenir doenças é apostar na vida.  
Apostar na vida, com certeza, não deve ser retirar qualquer órgão do corpo humano quando ele está saudável.  Ainda mais se tratando de um órgão que é  tão importante para a vivência da sexualidade feminina, como os seios,  a mama, que é uma zona érogena reconhecida como tal desde Dr Freud. 
Não tem receita para como fazer essa aposta na vida. 
Certamente se misturarmos num caldeirão  amor, algumas gotas de agressividade, alegria, tristeza, companheirismo, momentos de solidão, uma comidinha caseira, temperada com pimenta dedo de mãe, música e prazer de ver o mundo ao seu redor, descobrindo as coisas boas e belas que este pode nos proporcionar gratuitamente, deixando de olhar só para o nosso umbigo, teremos alguns ingredientes para fazermos uma boa aposta. 
Como essa aposta é particular que cada um tire ou acrescente os ingredientes que achar necessário para fazer a sua receita.
 Termino citando Gonzaguinha, que encontrou muito cedo a morte na estrada.
Como ninguém ele fez um hino à vida.
"Viver e não ter a vergonha de ser feliz, 
cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz..."

terça-feira, 19 de março de 2013

Dos filmes que eu vi: Procurando Sugar Man

Por sugestão de Geraldo, amigo dos tempos de Cachoeiro, assisti ao filme-documentário Procurando Sugar Man (1912).
A narrativa conta a história de um cantor conhecido como Rodriguez, descendente de mexicanos, que na década de setenta, compunha e se apresentava em bares na cidade de Detroit- EUA.
Rodriguez era um cantor de folk, que compunha e cantava músicas de prostesto. Ele lançou dois discos que não fizeram sucesso no Estados Unidos. Ficou esquecido por lá e desconhecido para o restante do  mundo. 
Seus dois discos foram parar na África do Sul. Lá Rodriguez se tornou um ídolo da música pop e  sua música inspirou grupos  na luta  contra o aparteid, contra a liberdade de expressão e influenciou diferentes gerações daquele país.    
Todavia seus fãs nada sabiam dele. Nem sequer se ele estava vivo ou morto. Frente a esse vazio  foram inventadas várias biografias para esse sujeito. 
Até que nos anos noventa, um grupo de fãs resolve ir atrás de seu paradeiro. O que se descobre a seguir é incrível e surpreendente.
Esssa história é incrível e vale a pena ser vista.
As músicas são lindas e a história é incrível e nos convidam a pensar.
Valeu Geraldo!


Bem vindo Francisco!

Sua religião era católica. Ainda que não fosse praticante acompanhava de longe os movimentos da igreja. Muito de longe deve-se dizer. Mesmo assim ficou feliz com a renúncia do papa alemão e com a escolha do papa Argentino. 
Para além das gozações e da rivalidade que existe entre brasileiros e argentinos tem gostado desse novo papa. Desde a escolha do nome Francisco já simpatizou com aquele que  nem sabia quem era. 
Tem gostado bastante do modo de ser desse novo Bispo de Roma. Do modo como se dirigiu a multidão ao ser escolhido,  seu rosto sorridente, sua simplicidade, seu jeito de falar, sua opção por uma traje mais simples. Aposta que todas essas coisas prenunciam um tempo de esperança para a igreja,  seus fiéis e para todas as pessoas de boa vontade, que é no grupo em que ela se inclui. Ainda que tenha bastante má vontade para algumas coisas, tem boa vontade frente a vida e as apostas por um mundo mais justo e menos desigual.


 

sexta-feira, 8 de março de 2013

Tem ou não tem?

Se você entrar em um estabelecimento comercial Em Arraial D'Ajuda-Ba-, procurando uma mercadoria e, não a encontrando, se dirigir  para um atendente baiano perguntando se tem tal produto,  corre o risco de obter como resposta:
"tem, mas acabou.!!" 

Lógica baiana?

Essa quase matou o Roberto de tanto rir. Rindo ele sentenciou que teria que ir para o blog.
Passeando na rua Mucugê vimos uma vendedora chegar e oferecer um produto à dona de um quiosque de bijuteria.
A eminente compradora perguntou qual era a previsão para a entrega da mercadoria e obteve como resposta:
" A previsão é que às vezes chega e às vezes não chega em 15 dias"





quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Ainda falando mineirês

Uma cunhada,  que é professora de italiano em BH, nos contou que um aluno lhe perguntou o que significava  a palavra "chôti". 
Ela respondeu que tal palavra não existia. Ele retrucou que existia sim e disse que todo mundo  em BH falava assim.  Disse ainda que ele já tinha procurado essa palavra em vários dicionários e não   a encontrava. 
Conversa vai e conversa vem minha cunhada perguntou como essa palavra era usada e  descobriu que se tratava da forma como em mineirês, daqueles resumidin, resumidin, eles falam  "deixa eu te ( chôti) contar.!.."

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O português falado no interior de Minas.

Vivendo e aprendendo sempre. Não é  o estar aberta ao  aprendizado constante o que caracteriza a vida humana ou, pelo menos, o desejo de viver?
Nas conversas, na beira da praia, com Leonor, na Barraca do Faria, tenho aprendido muito sobre as diferenças regionais na maneira de falar do mineiro do interior. A diferença é tanta que precisa de um tradutor para que um brasileiro de outra região entenda algumas palavras de nossa língua materna.
Mudando de pau pra cavaco vou contar para vocês que essa noite choveu bastante por aqui, o que nos obrigou a nos  rebuçarmos com um lençol de algodão para conseguirmos dormir.  Devo ter  dormido um pouco encolhida e acordei com uma ligeira dor nas costa.  Depois do café resolvi dicocar para aliviar a dor. Não é que melhorou?
Como o tempo hoje está nuviado não vamos à praia.
Vamos ficar em casa hoje. Lendo, assistindo a um filme,  fazendo almoço, ..
Por falar em almoço já separei a palangana, para fazer um peixinho. Hum, vou olhar no blog da Angela alguma receita apetitosa!

Rebuçar = cobrir;
dicocar = ficar de cócoras  
nuviado = nublado
palangana = frigideira
 

  
     

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O tempo de cada um.

Uma mineirinha amiga me disse que tem um amigo tão devagar, mais tão devagar, que se ele fosse  morrer de repente iria demorar três dias!!!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Medicalização da infância e adolescência

Hoje li no site do jornal o Estado de Minas, que BH é  a segunda cidade do Brasil que mais consome drogas para déficit de atenção e hiperatividade, TDAH, como é conhecida nas escolas e no meio médico. 
Tais  drogas são também conhecidas como drogas da obediência.
Esse notícia me apavora! Colocar na criança e no adolescente uma camisa de força química deveria ser crime.
Se na infância e na adolescência  o menino e a menina   não puderem experimentar a vida  e aprontar algumas bagunças próprias de cada idade como irão amadurecer? 
Cadê o Menino Maluquinho, que quando cresceu viu que havia sido uma criança feliz? 
O que vai ser dessa geração que toma droga "lícita" desde a infância?
Isso não estaria contribuindo para formação de uma geração de cordeirinhos  e de Maria vai com as outras?   Ou mesmo para a reprodução de uma geração que, por não haver experimentado aquilo que é próprio de cada idade, pega uma arma e sai matando, como  volta e meia acontece nos USA?  
 Onde andam  as agências reguladoras dessas substâncias psicotrópicas? E os Conselhos Regionais de Medicina, estão adormecidos?
 E os pais, mães, avós e professores? Onde andam vocês que não protegem as crianças e adolescentes?   
Educar dá trabalho e implica em um investimento amoroso. 
Sabemos que não existe receita para criar filhos. Mas a única possibilidade de criamos uma nova geração "saudável", do ponto de vista da saúde mental, é educarmos nossos filhos fazendo com que eles recebam afeto e limite. O limite dado pela educação favorece a responsabilização do sujeito. Isso é bem diferente do limite proposto pela camisa de força quí
 mica.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Trapalhadas de uma semi analfabeta virtual.

Fui acrescentar na lista dos blogs que sigo um novo blog e acabei apagando todos que estavam lá. Depois com calma tentarei consertar isso.

Uma colméia na caixa d'água do vizinho

Esse fato aconteceu há alguns anos. 
Sempre que chegávamos  de férias  convidávamos os vizinhos que moravam nos  fundos de nossa casa para um café, ou lanche, com prosa. 
 Numa dessas ocasiões  ficamos sabendo que uma colmeia havia se instalado do lado de fora da caixa d'água da casa deles. 
Sugerimos que eles procurassem um apicultor para remover a colmeia. Na ocasião  nos foi dito que eles não iriam mexer com as abelhas.
Alguns anos depois ficamos sabendo por eles que, numa manhã,  ao acordarem, se depararam com os vidros das janelas da casa deles pretos, repletos de abelhas, tal como em um filme de Hitchcock. 
Apavorados com a situação eles chamaram o corpo de bombeiros, que  chegaram todo cheios de equipamentos. Para apagar incêndios, é claro!, e nada puderam fazer. Sugeriram  que eles entrassem em contato com um apicultor.  
Eles entraram em contato com o  Sr Casado, na estrada da balsa. O apicultor veio e eles  e os vizinhos que moravam ao redor deles, tiveram de sair da casa por dois dias, para que a colmeia fosse removida com segurança. 
O apicultor calculou que haviam umas 80.000 abelhas na  colmeia!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Ler é uma gostosa brincadeira!

Sempre gostei muito de ler. 
Um bom livro me faz viajar na história e me dá vontade de ler e ler, sem parar, até acabar a história.  Depois volto para as partes que mais gostei, já sem pressa, curtindo devagar o prazer já obtido.
 
Quando meus filhos eram crianças e eu estava entretida na leitura de um bom livro e eles me solicitavam perguntando alguma coisa, muitas vezes respondia rapidamente, sem ao menos escutar direito o que me diziam ou pediam, e voltava  para minha leitura.  
 As duas crianças muito depressa entenderam o espírito da coisa e nessas horas me pediam coisas, nada demais, na verdade, mas que se não estivesse absorvida pela leitura, provavelmente obteriam um não como resposta.
Férias  em casa de praia é tempo para atualizar leituras. Na preparação da bagagem sempre temos uma lista de livros. 
Dentre tudo o que tenho lido me apaixonei por algumas histórias que  partilho com vocês: 

- Memórias do Esquecimento, de Flavio Tavares,  que ganhou o prêmio Jaboti 2000 - reporatagem.  O autor é um ex preso político da ditadura militar brasileira. A história é pesada mas muito bem contada. Por incrível que possa parecer tudo é contado de uma forma delicada, se é que pode ter delicadeza na descrição do submundo da tortura.

- Um romance que adorei  foi Equador, do português Miguel de Souza Tavares. 
Fui sendo enredada pela narrativa, que no fundo tem relação com a nossa história, já que se passa em uma colônia portuguesa na África, na linha do Equador.
O moço escreve muito bem!
Fiquei  doidinha para saber como se desenrolava a trama e torcendo pelo Luís Bernardo, protagonista da história.
Vai de brinde uma citação  de Vítor Hugo, que o autor coloca na boca do Luís Bernardo:

"Declaro que haverá sempre infelizes, mas que é possível deixar de haver miseráveis"

- Outro Romance que estou lendo e adorando é  O Outro  Pé da Sereia, do Moçambicano Mia Couto
Lindo! Me lembra Guimaraes Rosa.  Muito bonito! É uma poesia em forma de romance. 
 Vou transcrever algumas citações que, dentre outras me fisgaram:
"Eis a nossa sina, esquecer par ter passado, mentir para ter destino"
"A viagem não começa quando se percorreu distâncias, mas quando se atravessam as nossas fronteiras interiores."
"A mulher regressava a sua condição de esposa: retirou-se , convertendo-se em ausência." 

 Deu vontade de ler? tem muito mais!


Caça aos marimbondos

Ontem a tarde olho para o jardim e vejo uma folha de helicônia preta. Chego perto e verifico que a folha  está tomada por marimbondos. 
Alguém deve ter destruído a casa deles e eles estavam ali, meio perdidos. Estariam descansando? Não tenho como saber o que faziam ali. Só sei que tive medo que eles entrassem na casa. 
Mostrei para o Roberto que bolou uma tática. Iria se aproximar com um saco plástico e ensacar os marimbondos e eu ajudaria podando a folha, que seria ensacada junto. Prendemos a boca do saco com umas pedras e hoje, pela manhã, os bichinhos estavam mortos. Foi uma alívio! Das mordidas de marimbondo que tomei,não guardo boas recordações. 
Ich, será que tem a sociedade protetora de marimbondos?!, se existir alguma estou frita!
Aliás de marimbondos nada sei, nunca estudei o coletivo de marimbondos na escola.  Será que existe?
A vida é assim: repleta de coisa que não sabemos. 

Carece escutar.

Adoro escutar conversa alheia na praia. Não que eu fique atenta  ou bisbilhotando o que se diz nas mesas alheias. É a proximidade das mesas possibilita essa escuta gratuita. 
É ótimo escutar sem ter que intervir, escutar só para rir sozinha, ou mesmo admirar o modo de falar distinto daquele que se está acostumada a ouvir, mostrando a riqueza da língua falada nesse Brasil afora. Só esse tipo de conversa aguça meus ouvidos.
Algumas conversas são escutadas  no mar.
Outro dia entrou um pai e um filho  que aparentava ter uns seis anos. 
O garotinho  mergulhava e se esbaldava no mar. O pai então afirmou que ele não tinha medo do mar. E falou que carecia de ter. E foi explicando que o mar era traiçoeiro, etc, etc.
"Carece de ter" é uma expressão atípica aos meus ouvidos capixabas. 
Não sei de onde vieram aqueles turistas, me pareceram, pela pronúncia e outras palavras, mineiros, mas não tenho como afirmar. 
Aliás afirmar é coisa que não interessa ali. Só registrar as diferentes expressões e causos risíveis ou que considero singular, só isso. 
Escrevo para não esquecer o que ouço. 
Nesse verão, com preguiça de escrever, pela lerdeza da conexão da internet aqui de casa, já esqueci muito coisa.

 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Histórias dessa roçinha

Arraial d'Ajuda, distrito de Porto Seguro, Bahia, tem sempre boas histórias. O lugarejo por suas praias e magia tem , me foi dito, entre seus moradores , 17 nacionalidades.
Los hermanos argentinos encabeçam essa lista e parece que, depois da cidade de Buenos Aires, aqui deve ter a maior população de argentinos. Disputando, quem sabe, o segundo lugar com  Búzios, que é uma outra pátria Argentina no Brasil.
Italianos aqui tem muitos também. Tem hora que estando em alguns restaurantes deles, parece que estamos em algum lugar da Itália.
Soma-se a essa população os espanhóis, chilenos, uruguaios, mexicanos, suíços, portugueses, holandeses, israelitas, alemães e outros tantos que não estou me lembrando agora.
Outro dia soube  da existência de uma família afegã, também moradora daqui,  que parece estar em guerra constante com a vizinhança.  
Arraial é uma babel, onde  podemos escutar várias línguas em suas ruas e praias.
Além desses estrangeiros temos brasileiros de muitos estados, que migram  e se estabelecem por aqui em busca de uma melhor qualidade de vida.
Como é um vilarejo pequeno as diferenças e esquisitices de alguns de seus moradores são visíveis a olho nu. 
 De uns tempos pra cá aumentou muito o número de pessoas pobres moradores da região de Porto Seguro (Ba) e arredores. Muitas dessas pessoas e famílias eram agricultores que trabalhavam na lavoura de Cacau e chegaram na região  expulsas do campo pela praga , vassoura de bruxa, que acabou com grande parte da plantação de cacau do sul da Bahia. Essa parcela dos moradores chega procurando trabalho que lhes garanta a sobrevivência.
Outros tipos de pessoas, de diferentes nacionalidades, chegam e estabelecem suas moradias chegam por aqui.
Algumas delas chegam para passar alguns dias no verão e ficam deslumbrados com a paisagem e as praias quentinhas do lugar e voltam para trabalhar e ganhar a vida.  
Outros que, motivados pelo mesmo deslumbramento, compram casa ou terreno e esperam se aposentar para desfrutarem da aposentadoria por aqui. 
Outros que se metem com drogas e rock, que é o que não falta por essas bandas, e vão se degradando.
Tem uma camiseta que foi vendida há muitos anos atrás que retrata bem uma parcela excêntrica da população residente aqui. 
A camiseta dizia assim: "Arraial d'Ajuda se cobrir vira circo , se cercar vira hospício. "
 Outro dia fomos dar uma volta na rua do Mucugê , à noite, e ouvimos uma cantora de um bar dizer entre uma música e outra: "você  deve resistir a tudo, menos às tentações!"
 Um Sr. sentado na mesa ao lado da nossa, que parecia ser um turista novo por essas bandas, ria sem parar ao repetir  tal pérola.
Arraial é isso e não é só isso. Arraial é vida e morte. É céu e inferno. É música e silencio. É fantasia e realidade. É barulho de pássaros, de carros, de muitas motos  e de gente. É mar quentinho e terra. É chão batido e asfalto. Tudo junto  e separado. Coberto por muito verde. 
Tudo ali escancarado. Talvez por isso seja esse lugar apaixonante!
Ah, tem uma coisa que considero muito boa por essas bandas: as casas só podem ter a altura máxima de sete metros. Isso graças ao Brasil ter sido descoberto nessas bandas e as rigidas leis de proteção ambiental que existem por aqui.

Quem vê cara não vê coração

Esse ditado popular, título dessa postagem, vem a calhar com a história que reparto com vocês. Aconteceu em Arraial d`Ajuda, há mais de cinco anos, não saberia dizer exatamente em que ano tal fato ocorreu.
 Em frente a pousada  Potira tinha um espaço em que funcionou por um período uma pizzaria, que estava fechava.
 Aquele espaço foi alugado e começou a funcionar ali um restaurante natural, vegetariano, e seu proprietário era um casal muito simpático.
A comida era excelente! Tinha sempre um PF dos bons, com arroz integral , alguma coisa de soja , pastéis e tortas. Tudo muito saboroso.
 O preço era bastante convidativo e logo ficamos fregueses assíduos.
O casal tinha uma pele linda e eram cheios de histórias.
Naquele ano retornamos ao Arraial em julho, setembro e o restaurante continuava lá.
Quando chegamos para o verão o restaurante estava fechado. 
Um dia a caminho da praia, encontramos a dona da pousada , que alugava o local aonde funcionou o tal restaurante e perguntamos o que aconteceu, por que o restaurante havia fechado.
A Sra ficou bem alterada e nos contou que eles retiraram as coisas deles à noite, pois estavam devendo alguns meses de aluguel, água, luz, e por ai vai.
Ela contou, indignada, que até para uma senhorinha que vendia verdura e banana em um carrinho eles ficaram devendo uma boa grana. 
 Escutamos surpresos e continuamos nosso caminho na ladeira do Mucugê.    
Eis que passa ao meu lado um homem alto, magro, de olhos claros, muito parecido com o tal caloteiro. 
Ele estava meio escondido em um sombreiro mexicano. Eu me aproximo e o chamo pelo nome. Ele me responde em espanhol dizendo que o confundi com outra pessoa. Peço desculpas e aperto o passo para alcançar o Roberto, a quem chamo  e digo que vi alguém muito parecido com o Pedro, que era o seu nome. Ele se volta e diz: ah, é você Angela! E começa a conversar conosco como se nada tivesse acontecido!!

Assombração no supermercado

Minha infância foi povoada de sacis pererês e assombrações que me tiravam o sono nas histórias que ouvia contada pelos adultos. Hoje creio que tais histórias eram para  assustar as crianças. Só que o efeito em mim era de tirar o sono. Perturbada com os barulhos da noite morria, literalmente, de medo ao associar tais barulhos fortuitos a tais  histórias de assombração.
Não é que hoje, já perto dos sessenta anos dou de cara com uma assombração no supermercado aqui em Ajuda?!
Já explico. Foi uma vizinha , ela tem um residencial no nosso bairro e uma casa vizinha da nossa.  Estive pessoalmente com ela para solicitar que fizesse a poda de uma arvore de almíscar que estava sobre o nosso telhado.
 Aqui nos quintais das casas temos dois tipos de arvores, resquícios da mata atlântica. 
A biriba, de onde se faz o berimbau e a almíscar.  A primeira é alta e forte.Verga e canta com o vento, mas não parte, com os ventos e a chuva. Já a segunda é bem alta e tende a partir ao meio com as chuvas e ventos, ameaçando os telhados ao seu redor.
A vizinha me disse que iria tomar providências. 
Aguardando a poda ser feita recebi um recado de sua funcionária que ela teria ido embora. Ela mora em S. Paulo.
Negociando a poda da arvore com a funcionária recebo um email mal criado de tal vizinha, dizendo que eu me virasse pois ela não iria podar a árvore.
 Hoje fomos ao supermercado e eis que entra a vizinha  que, em tese, estava em S. Paulo.
Ao dar de cara comigo ela ficou sem saber se dava meia volta ou se passava de lado, fingindo não ter me visto. 
Naquele segundo a cara que ela fez foi tão sem graça e assustada que me lembrou as almas penadas de minha infância.  A alma penada ali no caso era eu! Foi risível o susto que ela levou por ter mentido. 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Bolo Mágico da Susana

É assim que Roberto chama esse bolo. Sabem por que? Logo que ele é servido ele some, de tão delicioso que é!
Essa receita nos foi dada pela Susana, minha cunhada. Susana tem fama de boa cozinheira. E fama não se faz sem bons pratos, não é mesmo?
Esse bolo é mesmo ótimo é muito fácil de fazer. Vejam ai.

Ingredientes

-  4 ovos
-  1 xícara de açúcar mascavo
- 100 gramas de manteiga
- 1 xícara de aveia em flocos 
- 1 xícara e meia de trigo -  usei trigo integral e ficou delicioso
- 1 colher de sopa de pó royal
- 2 maçãs
-  3 bananas nanicas
 
Modo de fazer:

 Pique as frutas em pedaços pequenos e reserve.
 Misture todos os ingredientes, menos as frutas e o fermento, que devem ser acrescentados no fim. Misture-os devagar.
Unte com manteiga uma forma,  dessas furadas no meio,  e polvilhe com açucar mascavo e canela a gosto.
 Pré aqueça o forno e asse 25 a 30 minutos. Esse foi o tempo que assei nas diversas vezes que fiz esse bolo. 
Susana sugere em sua receita 20 minutos.  
A água do café já está no forno?
Vou correndo fazer um bolo desse para nós! 



quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

A Mulher que Grita

De férias ela escuta quase que diariamente uma mulher que grita.
Tais gritos a lembram o filme Incêndios. 
Diferente da mulher que canta, protagonista do filme, ela é a mulher que grita.
 Grita impropérios contra seu companheiro.  
Quando se cala a vida parece seguir seu curso. 
Para os que os escutam de fora parece que os gritos não a leva a nenhuma atitude resolutiva da situação pela qual se queixa em alto e bom.
 Xinga , xinga o companheiro e  continua com ele. Parece que a doença, a tristeza,  mantém o casal unido  ou seria na droga? 
Droga em todos os sentidos. De vida, de pó, ...
 E o inferno fica assim a mostra para aqueles que não acreditam que ele exista.