domingo, 29 de abril de 2012

Pintando o sete.

Tenho arriscado outras artes e ando pintando o sete em bandejas, caixas para bijuterias, para chá, cachepot,.. 
Confesso que tenho gostado do que ando fazendo!   
Arrisco dizer que estou descobrindo como fazer do meu jeito. Chamar esse jeito de estilo seria muita pretensão. Estilo é coisa de artista, não de  arteira, que sempre fui.
De todo jeito pintar me remete a minhas lembranças infantis e a alguns traumas que me acompanham.
 Em Cachoeiro, na época em que fazia o ginásio no Colégio Cristo Rei, minha irmã Maria Amália, que desenha e pinta muito bem, era professora de pintura e dava aula na casa de meus pais.
Além de Maria Amália, Alice e Beatriz,  outras duas  irmãs são artistas. Elas três, dada a diferença de idade entre nós, já haviam estudado ou estudavam na mesma época no curso normal no colégio das freiras. 
Assim desenhar, pintar ou fazer qualquer coisas de arte era difícil para mim.  Inevitavelmente vinha a comparação com minhas irmãs. 
De qualquer forma não tinha como me furtar das aulas de desenho do curso ginasial.
Não me lembro se gostava das aulas. Lembro que  tentava fazer do meu jeito.
Até que um dia a infeliz professora, que era uma freira,  me chamou e perguntou porque eu não pedia a Maria Amália para retocar meus desenhos. Eu fiquei indignada e respondi que era porque o caderno era meu!!!
Confesso que ser comparada assim de chofre com uma irmã mais velha  e tão melhor que eu naquele aspecto me travou para muita coisa. Minhas irmãs eram danadas de prendadas!
Talvez por isso tenha preferido a leitura e só me permiti jogar voley pelo time da escola quando fazia o curso cientifico no Liceu Muniz Freire.
Beatriz, Lolô e  Lili, outras duas irmãs que tenho,  jogavam voley no time do Cristo Rei. Aliás escolhi, deliberadamente, o curso cientifico para sair do colégio das freiras e me livrar da comparação tão descarada com minhas irmãs.  


 

 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Desejo de ir

Tem um casamento que vai acontecer em Ajuda, sul da Bahia que estou doidinha para ir. 
Sabe o que atrapalha? A viagem para chegar lá!! 
De carro a viagem é um pouco longa - uma média de sete a oito horas em uma estrada péssima. Tem muito transito de caminhão, buracos inesperados... Para ir e voltar em quatro dias fica meio puxado. 
De avião, que seria a maneira mais confortável para chegarmos lá a passagem é um absurdo! Fazer turismo no Brasil é mais caro do que ir para o exterior!
Tenho olhado direto e a passagem mais barata que consigo é 1.300  e poucos reais para cada pessoa e somos dois! Vejam que absurdo! 
Ainda assim eu, que não acredito em milagres, espero que um aconteça e nos transporte para lá em um piscar de olhos.



sexta-feira, 13 de abril de 2012

Acolhimento.

Ela é simples. Em alguns momentos até simplória. 
Ao mesmo tempo é admirável o quanto ela é acolhedora.
Recebeu o irmão que estava bastante doente, já fazia um bom tempo, em sua casa.
Mandou a filha na padaria comprar salame e  pão fresco.
Colocou uma mesa para tomarem um café. 
Ele, que adorava mortadela, comeu a se fartar. 
Após o café ela perguntou se ele queria telefonar para alguém. Falar ao telefone era outra coisa que ele adorava fazer. Ele feliz da vida vez duas ligações.
Simples assim.
Invejável essa  capacidade delicada de acolher o semelhante.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O convite.

Eram dois casais amigos.
O filho de um deles ia se casar. Sempre que se visitavam esse era o assunto na conversas fazia algum tempo.
Chegou a época de distribuir os convites do casamento. 
E nada deles receberem o convite!
Não que estivessem fora da lista de convidados.
O convite deles ficou esquecido em algum canto.
A data do casamento foi se aproximando.
E nada do convite chegar!!
Até que o casal foi alertado por uma conhecida sobre o esquecimento, que foi tratado como mero acaso ocorrido por força de tanto trabalho!
Cá para nós: depois da invenção da psicanálise não podemos atribuir ao acaso os atos falhos e esquecimentos a que estamos sujeitos na relação com nossos semelhantes...