Estava com um problema na cozinha. Um técnico foi chamado para resolvê-lo tendo que retornar duas vezes para realizar o serviço.
Em seu retorno foi recebido pela dona da casa, que já o havia recebido no dia anterior.
Como na hora em que ele chegou ela havia colocado uma roupa para andar de bicicleta ela decidiu colocar um avental por cima da roupa que usava.
O rapaz entrou e durante o serviço ela percebeu que ele estava um pouco irritado com os pitacos que ela ia dando.
Ao se despedir a informou que iria ligar para a dona para informá-la sobre o que havia feito.
Ela retrucou: dona, que dona?
Ele respondeu que era a dona da casa.
Ao ser informado que estava falando com ela ele se desculpou e disse que não a havia reconhecido.
Ela bem que havia percebido, pelo modo como ele a tratara, que o avental a tornara invisível.
Não era a invisibilidade de uma super heroína que atravessa paredes para defender o bem contra o mal. Muito menos a invisibilidade da mulher gostosona que realizava os sonhos do galã desesperançado do filme "A Mulher Invisível."
Era a invisibilidade do preconceito das classes subalternas com seus iguais. O rapaz de uniforme e botas não enxergou a mulher de avental.
Provavelmente ele a tratou com o mesmo descaso ou desprezo e arrogância com que é tratado pela maioria das pessoas para as quais ele presta serviço