quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Sina.

Era meiga e boa. Tão boa e tão meiga que nunca dizia não. Algumas vezes bem que desejou não atender a demanda do outro. Fazer o quê?! Não conseguia, era mais forte do que ela. Fora criada para dizer sim senhor. Era assim, desse lugar submisso, que se sentia amada.
Não sei se sonhava em ganhar o céu nem se acreditava em Deus. Só sei que algumas vezes era tão boa que sua voz quase sumia. Parecia se consumir nessa bondade toda, ou tola? Nessas horas ela parecia uma sombra. Sombra do outro. De tão boa ela não se permitia nada. Nem mesmo a própria sombra.

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