Arranjei uma nova faxineira para meu consultório.
Como tenho lá minhas manias de limpeza gosto de ir na primeira faxina para dizer como gosto que limpe, onde fica o material de limpeza, como abre e fecha a cortina e outras coisinhas dessa ordem. Essa prática pode parecer chata. E deve ser. Todavia me livra de muito estrago. Desses feitos por acaso, por não se conhecer o funcionamento da cortina, por exemplo.
O combinado seria que ela faria a faxina em outro consultório, que fica no mesmo prédio que o meu, e que depois ela subiria e nos encontraríamos em minha sala.
Uma hora antes do horário que havíamos combinado ligo e confirmo que na hora combinada estaria lá.
Para minha surpresa ela já estava limpando minha sala.
Como?, pergunto, eu nem te falei como gosto que limpe.
Ela então disse que iria para a outra sala onde ela deveria estar e me esperar.
Esse começo era prenúncio de uma relação de trabalho que estaria fadada ao fracasso.
Eu não gostei que ela tivesse feito diferente do combinado. Ela não gostou de ter sido cobrada naquilo que combinamos.
Ao nos encontrarmos em um primeiro momento ela se mostrou ofendida. Disse que era de confiança, que trabalha há anos para dona fulana e para dona sicrana. Que nunca mexera em nada de ninguém.
Respondi que isso não estava em questão para mim. Que em nenhum momento eu duvidara que ela fosse de confiança. Caso contrário nem teria contratado seu serviço.
Disse que para mim não fazia diferença se ela limpasse meu consultório antes ou depois do outro. Para mim fazia diferença termos combinado uma coisa e ela ter feito outra sem me avisar.
Ela disse que havia agido assim para me agradar. Desagradou a nós duas.
Muitas vezes na tentativa de agradarmos ao outro fazemos coisas que desagradam.
Que outro é esse que queremos agradar? Será mesmo que buscamos agradar ao outro ou a nós mesmos?
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