A vida tem lá seus dias nublados, que nem sempre condizem com nosso espírito ou com as estações do ano.
A prima vera chegou e eu , que não tenho nenhuma prima com esse nome, desconfio que só os moradores dos países frios tenham tal prima que é tão esperada pois chega e os livra dos dias nublados de Bélgica. Essa expressão aprendi com uma conhecida que morou na Bélgica. Ao voltar a morar no Brasil ela sempre se referia assim quando o dia amanhecia chuvoso e cinzento.
E por falar em tempo o clima anda tão maluco que temos um inverno em pleno Setembro. As castanheiras, coitadas, já ficaram sem folhas muitas vezes. Nem bem as folhas reaparecem em sua copa, esfria um pouquinho e elas, despudoradamente, já ficam peladas de novo.
Mas quem nesse mundo maluco quer reparar nas castanheiras?
Quando vamos começar a viajar em nossa própria cidade? No dia a dia, geralmente, não nos sobra tempo para observarmos as tartarugas que aparecem na curva da Jurema, a lua cheia reluzindo no mar e os ipês floridos, as castanheiras que nos dão uma sombra tão generosa e tantas outras belezas fortuitas que nossa ilha, que é bem bonita, nos oferece.
Em nosso cotidiano não vamos aos museus, nem visitamos os lugares bonitos que estão ali a nossa disposição a qualquer momento e sem nenhum custo. Só quando estamos viajando temos tempo de valorizar e apreciar a beleza de outras cidades.
Eu já comecei a viajar na minha cidade e estou achando ótimo. Viajo de caiaque, a pé, de bicicleta, de carro e de ônibus. Fazendo o mesmo percurso descubro sempre outras belezas. Não seria esse viajar uma metáfora da vida? Não é a vida uma viagem na qual fazemos e refazemos um mesmo caminho?
ótimo.... sinto-me as vezes fazendo e refazendo o mesmo caminho.... com leveza!
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