Tinha uma vida tranquila: emprego, apartamento montado, plano de saúde, mesmo assim estava sempre se queixando de tudo.
Era de poucos amigos e de pouca conversa.
Achava graça das imperfeições alheias, pois a natureza, ela própria se encarrega de inscrever no corpo as diferenças bonitas e feias de cada um.
No mais era sempre a reclamar. Da casa que limpou, do ônibus que pegou, do sol que estava quente, da roupa que lavou na máquina, de tudo.
Sempre com uma cara de coitada, sofrida e abandonada.
Para ela o dia era sempre difícil e a vida pesada. Tão pesada que arrancou o peito. Era despeitada.
Tudo isso porque sofria do mal da inveja e do ciúme.
Invejava e tinha ciúme da vida do outro que sempre achava melhor que a sua.
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