segunda-feira, 29 de março de 2010

A escritura da casa de meus pais: valor de mercado e afetivo

Volto a escritura da casa de meus pais. Casa que é, para mim, uma fonte inesgotável de casos e histórias. Casa que nos foi doada por eles ainda em vida. Eu nunca tinha tido acesso a esse documento e achei muito interessante a forma que a casa foi escriturada.
Como já falei em uma postagem anterior além da descrição da casa e dos vizinhos, consta na escritura o nome de meus pais, na qualidade de "outorgantes doadores", e de todos os meus nove irmãos na qualidade de "outorgados donatários."
Consta também naquele documento o que motivou a meus pais que tinham a "posse mansa e pacífica" da casa a "resolveram, por livre e espontânea vontade, sem nenhuma forma de coação ou influencia de quem quer que seja" doar a casa para nós seus filhos.
Reza na escritura que eles fizeram essa doação "pelo muito que (n)os estimam." Achei bonito isso. Por nos amarem resolveram nos dar a posse da casa, ainda em vida. Resguardaram para eles dois o usufruto da casa.
E agora que nossos pais já morreram a casa foi posta a venda a preço de mercado.
Para além do preço de mercado, valor da partilha, tudo o que essa casa representa em nossa história de vida e que ficará em nossas lembranças, não tem preço ou valor de mercado que pague. O valor daquele imóvel para nós filhos e irmãos é afetivo. Por isso irei guardar essa escritura entre os meus papéis mais preciosos. As lembranças vividas naquele imóvel já estão há muito guardadas em meu coração.

3 comentários:

  1. Angela
    Fiquei muito emocionada com o que voce escreveu de fato aquela casa guarda grandes recordações de nossas vidas ,ali passamos momemtos inesquesiveis da nossa mocidade
    Abraços
    Maria Amália

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  2. Parodiando RC "o importante é que emoções eu vivi..."
    Beijinho

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  3. Que lindo, Angela. Você sempre consegue me emocionar, hein? Saudades de você. Um abração, Fabíola Cerqueira.

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