segunda-feira, 19 de março de 2012

Das pessoas queridas que se vão.

Hoje meu irmão mais velho morreu. Sobre ele muita coisa se diz. E o comum entre todas as coisa que ouço é que ele era um bom amigo, que ele era uma boa pessoa. 
Uma qualidade que eu admirava no meu irmão era a capacidade que ele tinha de falar com todos da mesma forma. Do mais rico ao mais pobre sem fazer distinção.
Ele foi uma pessoa que amou e curtiu a vida ao extremo e foi derrotado pelo álcool que comeu, literalmente, seu fígado. 
Eu brinco dizendo que se  a quaresma fosse maior talvez ainda estivesse entre nós. Católico praticante era  na quaresma a única ocasião em que ele não bebia.
Ontem fui visitá-lo no hospital e desejei que ele morresse, tão ruim estava seu estado de saúde. 
Ele não merecia aquele sofrimento.
Tenho certeza que bom vivant como ele era vai logo fazer amigos no ceú.
Aqui, para nós que o amamos, ele vai fazer muita falta.


7 comentários:

  1. Meus sentimentos Ângela!
    Um abraço.
    Sonia.

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  2. E fazer da tristeza um belo texto é sinal de que vocês são fruta que caíram do mesmo pé. :)

    Fique bem, viu?

    Beijos carinhosos.

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  3. Angela,
    Poder transformar/recriar a dor em texto, privilégio de poucos!
    Carlos Drummond diz algo mais ou menos assim, " não há falta na ausência...A ausência é um estar em mim. E sinto-a...rio e danço e invento exclamações alegres.Porque a ausência assimilada ninguém a rouba mais de mim"
    Beijos

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  4. Que lindo esse texto do Drumond! Obrigada Rachel e bem vinda de volta com seus comentários!

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  5. Maria Coelho Mancini20 de abril de 2012 às 18:03

    E por falar em Drumond, gosto muito desse:
    (Resumido) O Ausente

    "Temos razão de sentir saudades...Houve um pacto
    que rompeste e sem te despedires foste embora.
    Antecipaste a hora.
    Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.

    Sim, tenho saudades.
    nem nos deixaste sequer o direito de indagar
    porque o fizeste, porque te foste.
    (Resumido- O Ausente)

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