sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Para encerrar o ano com chave de ouro

Recebi esse vídeo de Rachel, minha amiga,  e partilho com vocês.
Esse  vídeo é, para mim, uma  dose de esperança e beleza. 
Esperança por um mundo melhor a ser construído por nós homens e mulheres, adultos, jovens ou crianças. 
Trabalhos como esse diminuem os abismos sociais e  nos mostram que cada um pode ser doutor em sua profissão. 
Meus respeitos e admiração a todos esses músicos que me tocaram a alma. 
Destaco especialmente o maestro que tornou seu sonho realidade e o senhor que, teve a genialidade de  construiu os instrumentos de sucata.
Gostaria muito de ouví-los cantar ao vivo!
Um excelente natal para os leitores de meu blog!
 
PS: se o vídeo no tocar entrem no youtube nesse endereço:
 e procurem por
Landfill harmonic (la orquesta reciclada)
 






sábado, 8 de dezembro de 2012

Para que serve uma análise?



Vale a pena ler a entrevista de Diane Keaton  publicada no Globo online em 08 de dezembro de 2012.
Reproduzo para vocês a parte em que ela fala da bulimia e como foi fundamental falar disso para sua analista para se livrar desse sintoma.
É bonito  ouvir de uma pessoa que não é analista para que serve uma análise

"Psicanálise para vencer a bulimia
Com Annie Hall, em 1977, Diane influenciou a moda usando um figurino andrógino, roupas largas, gravatas e chapéus, uma mistura que caiu como uma luva no vocabulário feminista das mulheres da época. A ligação com a moda não passou. Ela está presente na sua nova aventura como escritora: um ensaio sobre a beleza. O quanto se gasta com a aparência e a obsessão pela perfeição são as questões do livro que ela prepara. Será um ensaio filosófico?
— Não sou filósofa — ri. — É uma livre reflexão. Trata-se de um desafio maior do que foi fazer “Agora e sempre”, porque não estou sendo guiada pelas palavras da minha mãe, é um texto inteiramente autoral. Preciso encontrar as minhas palavras.
“Encontrar as palavras” é algo que Diane conhece bem. Foram as palavras ditas no divã da dra. Felicia Lydia Landau, uma judia polonesa, que a libertaram da bulimia, distúrbio que a acompanhou por cinco anos depois que saiu da casa dos pais para morar em Nova York no início da carreira. Nem mesmo Woody Allen, seu namorado na época, sabia do que se passava. Ela sofria com azia, indigestão, menstruação irregular e pressão baixa. E com uma dor de garganta que não passava. No livro, ela descreve em detalhes: “Woody não faz ideia do que eu aprontava na privacidade dos seus banheiros. Ele se maravilhava com meu apetite extraordinário e dizia que eu ‘empacotava’ direitinho. Sempre vigilante e sempre atenta, eu tomava cuidado para que ele não me flagrasse”, conta no livro. A analista foi sugestão dele, que, mesmo não sabendo da bulimia, conhecia a namorada insegura que tinha. “Eu não conseguia trabalho, tinha 25 anos. O que fazer? Não bastava ser namorada de Woody, uma Ali MacGraw abatida. O que aconteceria? Devia desistir?”. Um ano depois de frequentar o consultório da dra. Landau, ela conseguiu falar: “Enfio o dedo na garganta três vezes por dia e vomito. Estou vomitando há anos. Sou bulímica. Tá bom? Não tenho a intenção de parar. Nunca....”. Seis meses depois, parou.
— É uma doença terrível, com a qual eu lidei de maneira muito desajeitada a princípio — diz ela, sem se esquivar. — A psicanálise me ajudou a vencê-la. Eu não só não contava para ninguém sobre o que se passava, como estava decidida a nunca mais parar com aquilo. Eu era uma glutona. E mudei completamente quando consegui falar. Devo muito àquela analista, parei por causa dela. Superei mesmo. Hoje tenho uma alimentação toda balanceada, não como nem carne nem peixe. Me cuido. Passou. Mas, falar foi fundamental. É o que recomendo para quem está passando por isso."

sábado, 20 de outubro de 2012

Atum à moda de Corfu

Adoro peixe. Como moro numa ilha, sempre que quero tenho peixe fresco. É só dar um pulo na Cooperativa de pescadores da Praia do Suá. Lá é o paraíso dos peixes e marisco de minha terra. Tudo lá é fresquinho! E eles limpam o peixe do jeito que você pedir com uma rapidez e competência incrível. Gosto de vê-los trabalhando no pescado, descascando um camarão ou limpando uma lagosta.
Como, atualmente, sou a cozinheira da casa e gosto de variar na cozinha, tenho testado algumas receitas de diferentes países da coleção Cozinha País a País -  da Folha de São Paulo. Esses livrinhos estavam comprados faz algum tempo. 
Todavia no Brasil, isto é no livrinho que tinha as receitas do Brasil, a receita tradicional de minha terra, Moqueca Capixaba, passa longe de uma verdadeira moqueca de minha terra. Acho eles devem ter pego aquela receita de alguém que inveja o sabor maravilhoso desse prato e estragou  a receita. Esse deslize dos editores foi suficiente para eu não abrir mais tais livrinhos.
Agora, passado um bom tempo, estou aqui testando algumas receitas dessa coleção. As que gostei  vou compartilhar com vocês.
Esse prato é da Grécia. Gostei pela simplicidade e pelo sabor. 
Eles indicam a receita para seis pessoas. Fiz para duas, com as devidas reduções, nas proporções dos ingredientes e ficou muito saboroso.
Vou copiar a receita tal como está no livro e, dependendo do número de comensais, façam uma adequação nas proporções dos ingredientes.

Atum à moda de Corfu
( para seis pessoas)

- 11/2 Kg de atum  numa única peça
- 700g g de tomates ( usei tomatti pellati)
- 100 g de azeitonas pretas
-  1 ramo de tomilho ( usei secos)
- 3 colheres de sopa de alcaparras
- 3 colheres de sopa de salsa
- 6 colheres de sopa de azeite 
( não gosto de nada nadando em gordura- coloquei um fio de azeite  
e confesso que não fez nenhuma falta)
- pimenta do reino e sal

Modo de fazer:

1.Compre um atum inteiro tire  a pele e faça files no sentido do comprimento. Corte os filés em três pedaços. Deixe cada pedaço com a largura de um dedo mais ou menos Eles falem aqui dois cm. Sempre no sentido do comprimento - não é para fazer postas do peixe!
Tempere com  sal e pimenta e reserve.

2. Refogue os tomates, com o azeite, picados fininhos. Acrescente as alcaparras ( sempre que cozinho com alcaparra pico bem pequeninhas pois detesto comê-las inteira), as azeitonas pretas sem carroço ( eu piquei grosseiramente), salsa picadinha, o tomilho, o sal e a pimenta do reino. 
Refogue por dez minutos em fogo baixo mexendo sempre.

3. Coloque metade do refogado numa assadeira, distribua os filés de atum e cubra-os com o restante de refogado. Leve no forno pré aquecido por 15 minutos a 180 graus.

Aqui em casa acompanhei com arroz integral, brócolis e uma saladinha.
Ficou muito bom!






quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Tomando partido

Nesses tempos em que o Supremo Tribunal Federal está condenando Genoíno , Zé Dirceu já recebi e li muitas coisas. 
Entre tantos artigos que recebi veio uma carta da filha de Genoíno. Bom que ela tenha o pai em tão alta consideração. É uma pena que ele tenha manchado sua trajetória. Ele sabia bem o que estava fazendo e no que estava se metendo. 
Fiquei particularmente tocada com o artigo transcrito abaixo que Chico Alencar assina no JB-on line na sessão denominada Coisas de Política - Um Começo,  que posto abaixo.
Voto no PT e esses senhores não podiam fazer o que fizeram e que sempre criticaram. Quero voltar a sonhar na hora de dar o meu voto.
Quero dar meu voto sem medo de ser feliz!

Um começo

Boa parte da mídia grande tem especial prevenção contra o PT e a esquerda.


Jornal do BrasilChico Alencar*

Só por razões e emoções nutridas pelo ódio político alguém se rejubila pela condenação dos réus do mensalão. Isso não é motivo de alegria, até porque o marco histórico contra a impunidade dos poderosos, para ser inscrito na vida jurídica e política do país, ainda precisa superar outras etapas.
Alguns dos condenados do momento, é verdade, têm história de vida admirável, na resistência à ditadura e na construção democrática. Estão sofrendo sanções exata e justamente por praticarem, no poder, o que sempre criticaram quando na oposição. Uma pequena tragédia, que cristaliza, na percepção das novas gerações, a ideia de que "os políticos são todos iguais". É incalculável o quanto isso significa no desencanto com a atividade política, por mais que venham sinais promissores de que a impunidade dos "de cima" pode estar começando a acabar.

Sim, parece claro que boa parte da mídia grande tem especial prevenção contra o PT — hoje um partido social-liberal — e a esquerda. A cobertura do julgamento da Ação Penal 470, popularizada com o apelido de mensalão — revela isto. O pouco destaque dado até agora a processos similares, que tardam, como o "mensalão tucano" de Minas Gerais — Ação Penal 536 —  o do DEM/DF — Ação Penal 707, em curso no STJ — e o arrefecimento do noticiário em relação ao escândalo Cachoeira/Delta o confirmam. E são esses e outros casos judiciais que precisam ser analisados em instância terminal, para que a justiça seja completa e tenhamos, de fato, um paradigma jurídico-político que inaugurará uma nova etapa da nossa moralidade republicana.
Feitas essas preliminares, é preciso lembrar que nada do que o STF está decidindo agora é "raio em céu azul".  Fui do Diretório Nacional do PT e lembro bem de conversa com Genoino quando renunciou à presidência do PT, no auge das denúncias que deixavam atônitas as bases do partido — e fizeram o presidente Lula se sentir "traído", como declarou, com calculada sinceridade... Genoino, este sempre muito franco, disse que participar da disputa majoritária — foi candidato a governador de SP —  com os acordos e os elevados recursos que envolvia, tinha sido, para ele, uma "entrada no inferno".  "Meu mundo é o do debate político, não o da administração e viabilização de recursos", lamentava, embora vinculado politicamente ao setor dominante que praticava esta realpolitik.
O PT, por decisão da maioria dirigente, fez uma escolha deliberada de aproximar-se, até organicamente, de partidos de corte fisiológico e e patrimonialista e de figuras como Valdemar Costa Neto (PR), Roberto Jefferson (PTB), Maluf (PP), Collor, Sarney, Barbalho. Isso sempre cobra um preço: o de afrouxar as fronteiras ideológicas e éticas. Mas foi de caso pensado, por parte de parte da cúpula do partido. Os que resistimos fomos, paulatinamente, sendo colocados à margem. Tudo em nome de um conceito tão novo quanto enganoso: "governabilidade".
Estive, ainda no PT, nas tentativas de "refundação", com Tarso Genro à frente. O grupo liderado por Zé Dirceu, que segue forte, não permitiu avanços nessa direção.
Não dá para clamar contra a parcialidade ou o "reacionarismo" do STF, como alguns fazem. Não é irrelevante o fato de que a maioria dos ministros do Supremo tenha sido indicada por Lula — maioria insuspeita, portanto. Ayres Britto, o presidente, já foi até candidato pelo PT em Sergipe! As decisões de condenação têm sido tomadas por larga margem, o que revela um grau de convicção, derivada dos autos, que reforça a compreensão de que faz-se, de fato e de direito, justiça.

Independentemente da maior ou menor repercussão eleitoral do julgamento, o PT, enquanto coletivo político, vai continuar. Ele está hoje entre os maiores partidos brasileiros, com uma invejável estrutura política, financeira e de representação. Com crescente capilaridade, ainda que em marcha batida para a "peemedebização", a adaptação plena ao sistema vigente. Talvez isso explique o fato de não se ter, até aqui, lido ou ouvido qualquer autocrítica da agremiação. Autocrítica, aliás, era uma antiga e saudável prática da esquerda, em toda a parte do mundo... Caiu em desuso, nesses tempos de pragmatismo total.
O Judiciário, com sua proverbial morosidade, começou a fazer sua parte. Resta ao Legislativo fazer a sua, que é uma reforma política que mude radicalmente os mecanismos de financiamento privado e milionário das campanhas e o controle social sobre os eleitos, hoje praticamente inexistente. Sem ela, os "ovos de serpente" de mensalões continuarão sendo chocados, e boa parte dos eleitos nos pleitos bienais serão potenciais fichas-sujas. Mas nenhuma mudança substantiva interessa aos grandes partidos, beneficiários do modelo corrompido atual. Isso aprofunda o fosso entre Estado e sociedade. Até quando?

Comentários

1 comentário
  • maria de belem barros marques
    Parabéns Chico Alencar. Pena que o povão, aqueles que não lêem, não tenham a ajuda de um pensamento claro, objetivo e sincero como faz você neste artigo. Quando digo que não lêem, não é que sejam analfabetos,e que estão perdidos nesse oceano de pobres informações de valor. A preguiça os impede de se interessarem pelo que é necessário e acabam aderindo ao que há de pior na imprensa e demais meios de comunicação.

sábado, 6 de outubro de 2012

Reencontro

Reencontrou amigas que conheceu desde a época da faculdade. 
Era aniversário de uma delas e fora convidada. 
O marido foi junto. 
A conversa fluiu como se tivessem interrompido ontem. 
Conversaram sobre muitos assuntos. Política e as eleições, menstruação, menopausa  e outros tantos assuntos de interesse da vida e da saúde do corpo feminino.
Achou graça de saber que duas delas frequentavam a mesma homeopata que ela.
Reconheceu tantas afinidades com as meninas daquele grupo que voltou para casa com vontade de reencontrá-las. 
Sentou no computador e procurou a receita da Torta de Sintra. Achou.
Vai convidá-las para um café com prosa, risos e amizade. 
Não é a amizade um dos mais importantes  tempero da vida?

domingo, 30 de setembro de 2012

Ditados populares.

Alguns ditados populares caem como uma luva na nossa vida cotidiana. 
Adoro aquele que diz que "macaco só vê o rabo do outro". E não somos assim? Nosso rabo fica escondido. Um velhaco vai me dizer que não temos olhos nas costas. 
Arrisco a responder que mesmo se tivéssemos olhos nas costas não veríamos nosso rabo. 
Quanto maior o narcisismo menor a possibilidade de enxergarmos nossas próprias mazelas.  
E o mundo segue cheio de pessoas que se acham santas e bondosas e enxergam a maldade sempre nos outros.
Essas pessoas, quando confrontadas com alguma questão que causou algum sofrimento no outro, dizem fizeram tal coisa sem querer ou sem intenção.  E seguem a vida como se não tivessem rabo. 
Para tais pessoas cabe o ditado que diz que "de boas intenções o inferno está cheio".  

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

As confusões do amor.

Convivendo com a garotada percebi que é muito comum elas se apaixonarem pelo professor de ginástica da academia que frequentam.
Fazendo Pilates passei a suspeitar de um fato  que pode favorecer esse acontecimento. Como em alguns exercícios o coração dispara e quase sai pela boca,  a  simples execução do exercício pode  favorecer o despertar de muita paixonite aguda. 
A música no ar, o coração disparado, a atenção do professor,.. e a confusão está feita!
O ser humano é assim, se engana à toa.

Isso me lembrou uma marchinha de carnaval que  mamãe sempre cantava. Não sei quem é o autor, se você souber me escreva que daremos o crédito a ele.

"Se a mulher espirrasse toda vez que ela se ilude, 
só se ouvia pela rua,
Atchim, Deus te ajude!"






quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Golpe do apê

As filhas moravam em Sampa, na casa da avó. E sonhavam em ter um apartamento só delas. Até que um dia a chance apareceu num anúncio de jornal. Era um apartamento  para ser alugado em um bairro nobre,  a preço de banana de feira em bairro pobre.  
Elas entraram de cabeça. Correram para ver o prédio aonde ficava o suposto apê. Mandaram email para os pais e começaram a sonhar com o quanto seria bom ter um espaço só delas. 
Começou então uma troca de email com a suposta proprietária para saberem como fazer, onde pagar, onde pegar a chave para visitar o imóvel, já que a proprietária morava na Europa. 
E cada vez que os emails chegavam abria sempre uma interrogação. Qual era o número do apê? Não diziam. Qual era o valor do condomínio? Responderam que estava incluído no preço, que já era baixo! E apressavam para que fosse feito o pagamento.
O mais esquisito era que o negócio  tinha que ser fechado antes das meninas conhecerem o apê. Depositariam a grana e receberiam as chaves dois dias depois. 
Desconfiadas ligaram para Londres, para  o telefone que constava nos emails. 
Depois de contarem a história foram aconselhadas a não efetuarem o deposito e a entrarem em contato com a polícia local. Estavam sendo vitimas de um golpe!

domingo, 19 de agosto de 2012

Dos filmes que eu vi: O barco da Esperança

Amarga é a visão dos homens que embarcam na piroga comandada por Baye Laye que parte da periferia da cidade de Dakar- Senegal. 
Eles se lançam ao mar numa embarcação precária em busca de uma vida melhor em terras espanholas. 
A imensidão do mar, a fúria de uma tempestade,  são alguns dos obstáculos ao sonho de vários senegalezes homenageados por esse filme. Nessas travessias muitos perderam a vida.  
Diretor: Moussa Touré - 2012

Dos filmes que eu vi: Paris Manhattan

Gostei do filme Paris Manhattan pois dois motivos.
O primeiro é que o filme homenageia Woody Allen e o Cinema. 
O segundo porque no filme a dona da farmácia, personagem principal da narrativa, receita e empresta diferentes filmes em DVDs para os clientes que chegam para comprar remédios em sua farmácia. 
Achei essa idéia genial! Contra os males da alma bons filmes! 
Não é o sonho , a fantasia, que nos impulsionam para vida?
Diretora: Sophie Lellouche - 2012

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Conhece o Cantinho do Heitor?

Celebrando o dias dos Pais escrevi o artigo O Papel do Pai na Criação de um Filho Especial que saiu essa semana no Cantinho do Heitor.
Se quiser ler o que escrevi e conhecer  o Heitor e sua história acesse:  http://www.cantinhodoheitor.com.br/

terça-feira, 24 de julho de 2012

Como um produto na linha de montagem.

Tenho plano de saúde da UNIMED e estou fazendo os exames anuais que são solicitados pela minha ginecologista. Confesso que ao fazer a mamografia me senti como uma peça de algum produto na linha de montagem. Um exame que é simples e rápido na linha de montagem demorou 2hs entre idas e vindas em diferentes salas. Já conto para vocês.
Cheguei ao CDI mulher, local aonde fui fazer o exame e me dirigi a recepcionista para quem entreguei a solicitação da médica, documento com foto e carteira do plano de saúde.  Ela recebeu a apelada e solicitou que eu me sentasse e aguardasse. 
Lá fui eu sentar em uma  sala cumprida, cheia de cadeiras enfileiradas, como se fosse um auditório, tendo ao  fundo uma TV de plasma passando Ana Maria Braga. O barulho e as conversas não permitiam que ninguém assistisse ao programa - fato que pode ser positivo ou negativo dependendo de quem está lendo.
Passado algum tempo a  atendente me chamou para assinar um papel e para me entregar meus documentos.  
Voltei para a sala auditório e continuei aguardando ser chamada para fazer o exame, o que aconteceu algum tempo depois.
Acompanhei uma funcionária que me levou para uma outra sala auditório um pouco menor. Lá continuei aguardando ser chamada para o exame. 
Depois de algum tempo uma profissional, simpática, me chamou para fazer a mamografia.
Sempre digo que esse exame deve ter sido inventado por quem detestava mulher e sonhava e apertar os peitos de algumas delas. Imaginem um exame no qual tivéssemos que apertar os sacos de algum macho. Esse, na minha fantasia, seria o equivalente masculino da mamografia.
Confesso que a mamografia foi bem mais suave que outras que já fiz. Atribui isso a competência da profissional que fez o exame e que me posicionou direitinho na máquina. Além da qualidade da máquina é claro, que estão cada vez mais avançados.
Comentei isso com uma outra senhora que estava no pequeno auditório e ela me disse que as máquinas modernas devem ser mais sensíveis. Pode ser a soma das duas coisas, pensei cá com os meus botões. Ótimo esse avanço tecnológico, não é mesmo?
Nessa hora já estava de novo no pequeno auditório e fui orientada a esperar  a médica olhar o exame e ver se eu estaria liberada.  O que de fato aconteceu. 
Duas horas depois de iniciar essa maratona pude voltar para casa tranquila. 
Essa demora deve ter relação também com o maior número de mulheres que estão fazendo esse tipo de exame, que deveria ser acessível a todas as mulheres brasileiras .

sexta-feira, 20 de julho de 2012

É policamente correto?

Fui assistir a um teatro infantil e me deparei com uma situação, que parece ser frequente hoje em dia, que é a ditadura do politicamente correto. 
Durante o espetáculo foram cantadas algumas canções infantis de forma mudada, forma essa que considero ser uma censura  a  agressividade da criança. A agressividade é constituinte do psiquismo humano e não pode ser eliminada pela censura externa. Todos os seres humanos são dotados em seu psiquismo da  capacidade inconsciente de amor e ódio por uma determinada pessoa ou objeto.
 Se a  criança canta que bateu no gatinho ela,  por falar, não precisa, necessariamente, de bater no gatinho.  
Desde Freud e do advento da psicanálise sabemos que a fala, a palavra, pode substituir a ação. 
Se a criança pode manifestar em seu discurso sua agressividade  de forma lúdica por que censurá-la?
Essa mesma censura existe para as histórias infantis. Nessas histórias as bruxas e as fadas,  os bons e os maus personagens, ajudam a criança simbolizar alguns de seus sentimentos, afetos, vivencias e fantasias. Tais personagens tem uma função psíquica e não é sem razão que tais histórias são repetidas por anos e anos a fio. 
Os personagens bons e os vilões nas mais variadas situações narradas na história, permitem à criança, se identificar ora com um, ora com outro, personagem e assim integrar suas pulsões agressivas e amorosas. Ela não só se identifica com tais personagens como também identifica-os com os adultos que a cercam, que também tem sua cota de pulsões  agressivas e amorosas.
Uma criança que em um ou outro episódio bate num bichinho ou em um coleguinha não pode ser considerada má só por esse seu ato.  Cabe ao adulto educar a criança dizendo que ela não pode fazer isso e mostrar seu desagrado. 
 A criança só vai recalcar suas pulsões agressivas se ela perceber que se insistir em ser mázinha ela pode perder o amor de seus pais , e de outro adulto que ela ame.
Se uma criança está sempre batendo ou xingando seus colegas ou cachorrinho, gatinho, é sinal de que ela está precisando de ser ajudada, que alguma coisa, não vai bem com ela. Alguma coisa está acontecendo em seu entorno e ela precisa ser convidada a falar, a dizer, porque ela está precisando fazer tais atos.   


quarta-feira, 18 de julho de 2012

Em cada esquina uma nova religião.

Tenho andado pensando nas diversas e diferentes igrejas que, de uns anos para cá, estão se multiplicando em cada esquina da cidade. 
Conversando sobre esse assunto  uma conhecida  comentou que seu  irmão brinca com o tema, parodiando uma propaganda,  dizendo: "pequenas igrejas, grandes negócios". Já ouvi outras pessoas falarem isso de outra forma quando dizem que  "templo é dinheiro". Tais brincadeiras não são feitas por acaso. É fato público que alguns chefes de tais igrejas enriquecem muito rapidamente e passam a ser caso de polícia.
Brincadeiras a parte, ainda que religião seja um tema que mobiliza as pessoas e suas vidas, me espanta os disparates que escuto sobre esse tema e a facilidade com que se abre uma igreja nova.  
As graças que tais religiões prometem não tem nada de gratuidade, e assim o reino dos céus vai sendo loteado entre os fiéis de determinada igreja. Não é sem razão que são chamadas  de "igrejinhas" grupos que são muito fechados e cujos participantes se beneficiam entre si.
O fato é que a salvação sempre é prometida para seu rebanho e quem pertence a outra igreja precisa ser convertido para ser salvo.  Nessas horas desconverso e tento salvar minha pele, ou melhor, meus ouvidos, caso contrário você pode ser submetido a uma falação interminável, nessa tal tentativa de conversão, que acho um total desrespeito. 
Nós, seres humanos, estamos sempre buscando um sentido para a vida e  resposta para nossa finitude. A religião responde bem a essa busca de sentido para a vida e ainda promete a vida eterna para os bons fiéis, que muitas vezes, como na música Procissão, de Gilberto Gil: "vivem penando a qui na terra esperando as coisas lá do céu."


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Dos filmes que eu vi: Cairo 678

Cairo 678 (2010)  é um filme egípcio dirigido  por Mohammed Diab e a narrativa se passa em Cairo.
A história denuncia  um aspecto da vida cotidiana das mulheres egípcias que é ter que conviver com o assédio sexual diáriamente. Os homens assediam as mulheres de forma descarada em todos os espaços públicos: nas ruas , nos ônibus,  no trabalho.
Essa prática  violenta contra as mulheres repercute nas relações que elas estabelecem na família, com seus maridos , noivos, pais, patrões, ..
O filme mostra que é de conhecimento público que as mulheres sofrem assedio sexual. Como a sociedade egípcia é muito machista a mulheres silenciam sobre a violência a que são submetidas diariamente.
Como nada é dito e nenhuma mulher tinha registrado um boletim de ocorrência policial sobre o assédio sofrido é como se tal prática ficasse invisível. O que não é falado, o que não é escrito, sob forma de uma queixa crime na policia, não existe.
O assédio fica invisível mais não deixa de causar muitos traumas naquelas que o sofrem e até nos seus companheiros que, por incrível que pareça, se sentem atingidos em sua honra e tem dificuldades de conviver com a mulher violentada.
A narrativa do filme conta a história de três mulheres que sofreram assédio e que resolveram reagir a essa violência. 
É assustadora a cena da saída de um jogo de futebol quando um bando de homens molesta uma das três mulheres. 
Gostei bastante desse filme. A história é muito bem contada. A fotografia do filme  nos mostra que a mulher pode estar coberta dos pés à cabeça que não garante que ela será vítma de assédio sexual.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Bolo integral com melado, mel e gengibre.

Essa também é uma receita da Laurie, minha comadre e professora de Yoga das boas.
Sabe aquele dia que dá aquela vontade de comer um bolo? Esse bolo é ótimo para saciar esse desejo.

Vamos lá!
Os ingredientes podem ser acrescentados na ordem que estou escrevendo que dá tudo certo.
Medidor: 1 copo desse de requeijão.

- 100grs de manteiga derretida (  ou 1/2 copo desse de requeijão). Tem que ser derretida mesmo!
- 1/2 copo de açúcar mascavo
 - 1 ovo batido ( misture a gema e clara com um garfo - não precisa mais que isso)

Misture tudo isso bem com uma colher de pau e acrescente:
 - 2 colheres de sopa de gengibre ralado
- 1/2 colher de chá de sal - eu coloco um pitada de  sal
- 1 colher de sopa de casaca de laranja  ralado ( na falta da laranja pode colocar casca de limão que dá certo também)

Misture bem e acrescente:
- 1/2 copo de melado
- 1/2 copo de mel
-  1 copo de água fervida   ( filtrada, claro!)

Misture e vá acrescentando devagar:
- 2 copos de trigo integral,
- uma colher de chá de canela.

Misture bem e por último fim acrescente:
- uma colher de chá de bicarbonato 

Unte pirex retangular ( 22, 5cm) com manteiga jogue a massa do bolo.
Coloque para assar em forno pré aquecido a 170 graus.
O tempo de assar vai depender de seu forno. 
Aqui em casa com 35 minutos ele está bom. Sugiro que depois desse  tempo você fique atenta e faça o  teste do palitinho.
Atenção: se assar demais fica ressecado e  perde no sabor.
Só falta o cafézinho para acompanhar.
Bom apetite!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Recuperando, parcialmente, algumas perdas.

Ela que era defensora  da Yoga começou, por força das circunstâncias, para não dizer recomendação médica,  a fazer pilates. Adorou! Aquela parafernália com camas, molas, bolas. Aquele estica e puxa de alguns movimentos a levaram de volta para as coisas da infância que sonhava ter feito e o medo não a deixava fazer. Não estou falando de grandes coisas não! Estou falando de  subir em arvores, andar em muros, brincar de voar em  trapézios imaginários. É que ela morria de medo de altura! Sua desenvoltura era na terra e  no mar e isso lhe bastava. Quero dizer bastar, bastar mesmo, não bastava não. Mais fazer o quê? Não dá para se ter tudo ou fazer tudo nessa humana vida.
Segura no Pilates, ela fazia os exercícios subindo, imaginariamente, nas mangueiras dos vizinhos, andando nos muros, mergulhando no trapézio sem rede. Compensava assim, de certa maneira, aquilo que foi perdido. Claro que só era de certa maneira. Sabia bem que o que se perdeu, fica perdido para sempre sem chance de recuperação. Só mesmo de uma forma ilusória pode se recuperar alguma coisa perdida.  E não é de ilusão que se vive nesse mundo, pensava ela, quando ia feliz para aula de pilates.
Nas aulas era uma alunas aplicadas que seguia o que o professor mandava. Lembra da brincadeira na qual se faz tudo o que o mestre mandar? Era assim que se comportava. Se  era para contar até vinte contava. Se era para respirar com o movimento, respirava. Contando, respirando e tentando se equilibrar não dá tempo de conversar fiado. Ela se  fiava nas suas lembranças voadoras.
Até que percebeu que o professor se ocupava muito de outras coisas e os exercícios começaram a ficar repetitivos. Conversou com o professor.  Ele ouviu e parece que não gostou. Na aula seguinte descascou nos exercícios aumentando o grau de dificuldade.  Ela Adorou e  voltou a sonhar que voava!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Pesadelo

Tinha muito tempo que não tinha pesadelo até sonhar que encontrou um ladrão no seu quarto ao entrar em casa sozinha.
Gritou socorro com uma voz que saiu lá das entranhas. Suou frio. 
A mão do marido e algo que ele disse foi suficiente para acalmar a sonhadora, espantar o medo, o ladrão. 
Sem acordar virou de lado e continuou a dormir.
Bom acordar na manhã seguinte segura e com a sensação de ter sido socorrida no tempo certo.
 

domingo, 3 de junho de 2012

Não acredito em fantasma,...

Não acredito em fantasma, mais que eles existem, existem! 
Tenho pensado nesse ditado popular com certa frequência. 
Ainda que não acredite em fantasma volta e meia sou acossada por eles.
Sabe aquelas  lembranças traumáticas que gostaríamos de esquecer e volta e meia elas retornam  e nos colocam contra a parede que, na grande maioria das vezes, contribuímos para construir? 
Sabe aquelas coisas dolorosas, esquecidas, que habitam nosso inconsciente, que emergem assim sem mais nem menos? Nessas ocasiões nos sentimos obrigadas a repetirmos ladainhas ultrapassadas e dolorosas que estavam lá num canto adormecidas.
É desses fantasmas que estou falando. Esse tipo de fantasma tenho certeza que existe.
A melhor arma para combatê-los que conheço é a análise. 
Tem outras armas que também podem ser bastantes eficazes: escrever, pintar, ir a praia, andar de bicicletas, cozinhar, estudar, etc, etc. 
Minha lista de armas é essa. Cada pessoa pode fazer a sua. 

domingo, 27 de maio de 2012

As dificuldades de cada um

Tinha uma vida tranquila: emprego, apartamento montado, plano de saúde, mesmo assim estava sempre se queixando de tudo. 
Era de poucos amigos e de pouca conversa. 
Achava graça das imperfeições alheias, pois a natureza, ela própria se encarrega de inscrever no corpo as diferenças bonitas e feias  de cada um.
No mais era sempre a reclamar. Da casa que limpou, do ônibus que pegou, do sol que estava quente, da roupa que lavou na máquina, de tudo.
Sempre com uma cara de coitada, sofrida e abandonada. 
Para ela o dia era sempre difícil e a vida pesada. Tão pesada que arrancou o peito. Era despeitada.  
Tudo isso porque sofria do mal da inveja e do ciúme.
Invejava e tinha ciúme da vida do outro que sempre achava melhor que a sua.  




quarta-feira, 23 de maio de 2012

Grande Dolto!

Françoise Dolto uma emimente psicanalista que tinha uma escuta admirável diz, em seu livro "As fases decisivas da Infância" na página 178 que:

"A pior agressividade é aquela que é perversa, ou seja que tem a aparência de ser gentil mas, na verdade, é muito agressiva."

 Esse frase me lembrou uma peça chamada "Crimes Delicados" que assisti nos anos setenta com o casal Fernanda Montenegro e Fernando Torres. 
Era uma casal  que se tratava com adjetivos carinhosos, que já não me lembro quais eram. Os adjetivos mascaravam uma relação tão agressiva, mais tão agressiva que, à medida que um falava com o outro, uma parte do corpo do outro ia sendo arrancada, como tendo recebido um tiro certeiro.

domingo, 20 de maio de 2012

Opinião

Tenho acompanhado com interesse a implantação no Brasil da Comissão da Verdade.
Entendo que os crimes praticados por torturadores nos porões da ditadura militar devem ser punidos. 
Até hoje muitas famílias desconhecem o que aconteceu com seus filhos, pais, netos, familiares e amigos que  desapareceram naquele período. 
A essas pessoas, que não tiveram o direito de enterrar seus mortos, o estado deve uma explicação e os culpados pela tortura, morte, e ocultação do cadáver de seus entes queridos, cidadãos brasileiros como nós, devem ser punidos pelos crimes que cometeram.
Não cabe ao estado tentar passar uma borracha no que aconteceu. Até porque não existe borracha que apague a história vivida por um pessoa, por um  povo, ou uma nação.
Aposto no vigor e na ética da comissão da verdade. 
Acredito e espero que essa comissão faça um trabalho sério e desenterre esse passado nebuloso que não temos como esconder ou ignorar. 
Confesso que levei um susto quando li, na edição dessa semana da revista Carta Capital, que o grupo Levante Popular da Juventude  denunciou em Belo Horizonte o médico legista João Bosco Nacif da Silva como criminoso da ditadura militar, como tendo sido participante da tortura e assassinato do preso político João Lucas Alves, morto na Delegacia de Furtos e Roubos de Belo Horizonte. 

Lembrei-me de procurar esse caso no Livro Tortura Nunca Mais, livro citado pelo grupo, que tenho e li desde sua publicação em 1985.
Nesse livro o Sr. João Bosco é citado na página 249, que transcrevo a seguir:

"O auto de corpo de delito de João Lucas Alves, 36 anos, foi rea­lizado a 6 de março de 1969 no Departamento de Medicina Legal de Belo Horizonte, e está assinado pelos doutores Djezzar Gonçal­ves Leite e João Bosco Nacif da Silva. Nela consta:
Autoridade que requisitou — Del. de Furtos e Roubos.
LESÕES CORPORAIS: (…) Duas escoriações lineares alar­gadas, medindo a maior cerca de 5 cm, e situadas na face in­terna, terço inferior do antebraço esquerdo. Escoriações ver­melhas situadas nos 4 últimos pododátilos (dedos do pé) es­querdos: Edema do pé direito. Contusão com equimose arro­xeada sobre a unha do primeiro pododátilo direito. Equimose arroxeada na região glútea direita, face posterior da região escapular direita e flanco direito. Região anal normal. Ausên­cia da unha do primeiro pododátilo esquerdo.
CAUSA DA MORTE — asfixia mecânica”"

Tendo relido esse laudo fiquei me perguntando se atestar que a causa da morte de uma pessoa foi por asfixia mecânica é a mesma coisa que torturar, matar ou assassinar  alguém. Entendo que não.

Como nada sei ou entendo de medicina legal pesquisei no site   www.biomania.com.br (pesquisa realizada dia 19 de maio as 14.46) o que é asfixia mecânica, que transcrevo a seguir:

"O conceito de asfixia mecânica é amplamente utilizado em medicina legal, uma vez que pode ser consequência de ação violenta. Pode ser causada por enforcamento, estrangulamento, sufocação ou imersão, embora possa também ser resultado de causas clínicas, tais como edema da glote, em processos alérgicos; formação de membranas diftéricas; ou ainda acidentes fortuitos como ingestão de corpos estranhos ou impacto direto sobre a garganta."

O uso que a ditadura fez desse laudo é outra coisa e pode fugir ao controle do médico legista. No livro Tortura nunca Mais  não consta nada a esse respeito.
Assim poderia até ser admissível, que representantes do Grupo Levante Popular da Juventude questionassem o laudo dado pelos médicos.  Mais daí a acusaram o médico de criminoso é querer, com bases infundadas, fazer justiça com as próprias mãos. 
Muitas vezes querendo que o torturador, que cometeu um crime hediondo que é a tortura, pague pelo seu crime pode-se cometer um injustiça acusando uma pessoa inocente.

PS: Atendendo ao pedido de Maria José estou postando, abaixo, a nota de desagravo público, publicada em 26 de abril de 1992 pelo CRMMG no jornal Estado de Minas.






 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Das diferenças

Eram moças de famílias diferentes que passaram a conviver por força das circunstâncias. 
As diferenças eram visíveis a olho nu. 
Quando o rei está nu só mesmo uma criança desavisada pode gritar para o mundo revelando tal segredo público. Assim eram as diferenças entre as moças das duas famílias. Delas nada podia ser dito. 
Até que um dia uma desavisada, que já não era criança, disse, sem maldade alguma, na frente da moça da outra família, que detestava perna grossa. Claro que tudo foi dito sem maldade ou intenção.
Ter perna fina e ter perna grossa era uma das diferenças entre as moças das duas famílias.
E Freud revirou-se no túmulo. 
Será que aquela senhora desconhecia a descoberta freudiana do inconsciente?
 

sábado, 12 de maio de 2012

Peixe fresco é outra coisa!

Ontem estive na Praia do Suá , na cooperativa dos pescadores para comprar peixe. 
Trouxe dentre outros pescados um atum de mais ou menos quatro quilos. Pedi para tirarem os filés e reparei que sobrou muita carne perto da espinha e na cabeça.
 Trouxe tudo. Ferventei a carcaça do peixe com sal, cebolas, alho e louro.
Separei a carne do peixe e temperei com azeite, mais um pouquinho de sal, óregano e alcaparras escorridas, passada na água e batidinhas. Deixei tudo misturado e pegando gostinho. 
Coloquei uma massa integral para cozinhar - a que gosto mais é a barrila.  
A massa pronta joguei tudo isso por cima e confesso que nunca comi uma massa com atum tão gostosa!!! O atum fresco é outra coisa! 
E olha que não tinha queijo parmesson e eu ralei queijo minas frescal. Mesmo assim ficou divina. 
Depois conto o que eu fizer com as postas que foram pré cozidas, com o mesmo tempero, e congeladas.


sexta-feira, 11 de maio de 2012

Vai ser sintético assim lá em Minas!

Já conhecia o fato dos mineiros de engolirem letras das palavras. 
Fiquei sabendo, recentemente, por amigo mineiro, que eles são o povo mais sintético do mundo.
Quer um exemplo? Sabe o que significa  a expressão "nó", tão utilizada por eles? 
Quer dizer nossa senhora do perpétuo socorro valei-me nessa hora de aflição!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Einstein e Freud

Einstein é o físico mais Freudiano que conheço. 
Vale avisar que conheço poucos físicos e nada sei de física.
Pensei isso ao  me deparar, no museu de Ciências em BH,  essa citação de Einstein:

"Os que acreditam na física, como nós, sabem que a separação 
entre passado, presente e futuro
é somente uma ilusão obstinada e consistente"

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Utilidade Pública

DIÁRIO OFICIAL
Lei de n° 3.359 de 07/01/02 - Depósitos Antecipados

COISA BOA NÃO SE DIVULGA E NINGUÉM FICA SABENDO!

Foi publicado no DIÁRIO OFICIAL em 09/01/02, A Lei de n° 3.359 de 07/01/02, que dispõe:

Art.1°
- Fica proibida a exigência de depósito de qualquer natureza, para possibilitar internação de doentes em situação de urgência e emergência, em hospitais da rede privada.' 
Art 2°
- Comprovada a exigência do depósito, o hospital será obrigado a devolver em dobro o valor depositado ao responsável pela internação. '
Art 3° - Ficam os hospitais da rede privada obrigados a dar possibilidade de acesso aos usuários e a afixarem em local visível a presente lei. '
Art 4°
- Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Não deixe de repassar aos seus amigos, parentes, conhecidos, enfim.
Uma lei como essa, que deveria ser divulgada, está praticamente escondida!
E isso vem desde 2002. Estamos em 2012!
   
 

terça-feira, 1 de maio de 2012

Cinema e Psicanálise


Ainda criança e estudante do grupo escolar me lembro dos filmes que eu vi no Cine Cacique, Broadway e São Luís, cinemas que existiam em Cachoeiro de Itapemirim, minha terra natal.
O ritual para escolher os filmes passava pela censura materna e pela cotação de um jornalzinho católico feita pelo pai de uma amiga que era minha companheira de cinema. Depois de escolhidos os filmes o seu Zé passava em minha casa com seu DKV V MAG e lá íamos nós. Confesso que sempre me fascinava a vida que era mostrada na tela.
Lembro, especialmente, de ter ido com minha família toda ver a vida de Cristo, Ben Hur e Marcelino pão e vinho e outros tantos filmes religiosos. Num desses filmes que durava quatro horas minha mãe atendendo ao pedido de meu pai, que era bom de boca, levou um lanchinho, que beirava a um picnic, para o cinema.Todos nos fartamos. Vale informar que éramos doze pessoas, contando com meus pais.
O cinema sempre foi parte de minhas lembranças. Eu e outra amiga fazíamos coleção de artistas que saiam na revista manchete. Trocávamos figuras e roubávamos algumas mais difíceis de outras colecionadoras.
Naquela época não sabia que ser expectadora da sétima arte, como é chamado o cinema, “abria fontes de prazer ou de gozo em nossa vida afetiva que nos permite uma ampla descarga de afetos.” Como ficaria sabendo mais tarde após tomar conhecimento dos textos do Dr. Freud.
 O cinema em nossas vidas, que muitas vezes segue tão esvaziada de grandes emoções, nos permite, enquanto expectadores, nos identificarmos com o herói ou com o vilão. Assim em um curto espaço de tempo vivemos emoções diversas e, identificados aos personagens da história, podemos matar, morrer, amar, sofrer, rir e chorar sem maiores dores ou sofrimentos, que iriam diminuir em muito o gozo se tivéssemos que desfrutar tais emoções em nosso cotidiano. Como diz Freud assistindo a um filme e nos identificando com os mais diversos personagens sem corremos nenhum risco de colocar nossa vida em perigo.
Ao me tornar leitora de Freud e Lacan e fiel expectadora de filmes fui descobrindo que a ilusão provocada por um  filme coloca o expectador no lugar de analisando. A pessoa que é tocada por um filme pode, interrogada pela narrativa e interpretraçãos dos atores,  se perguntar sobre algumas questões, atuais ou passadas, de sua vida cotidiana. Na verdade podemos dizer que o expectador é visto pelo filme numa relação especular em que ele se vê divido num personagem que até então desconhecia. É a identificação aos diferentes personagens de uma narrativa que permite a cada expectador gostar ou não gostar de um filme, ser lido por um romance ou por uma peça de teatro. Quero dizer só gostamos de filmes cuja narrativa nos permita identificarmos com traços dos personagens da história. Identificar com alguns traços dos personagens não quer dizer que o sujeito em seu cotidiano haja como eles. Lembro sempre de um  ex-vizinho de prédio, gentil,  muito católico e muito educado que adorava filmes de rambo! Naquele herói  ele, provavelmente,  dava vazão a sua agressividade sempre tão recalcada por  um excesso de gentilezas.
A ilusão provocada pela fruição de prazer e gozo despertado por um filme ou por outra obra de arte nos permite, por um instante, nos colocarmos como desejantes e sustentarmos nossos desejos e sonhos mais ocultos.
Assim os filmes que  vemos na verdade nos mostram. Os traços que recortamos de cada filme falam muito mais de nossa história, de nosso modo de nos situarmos e enxergarmos o mundo do que imaginamos.  O gostar ou não gostar de um filme  demonstra se houve ou se não houve uma identificação com  pelo menos um dos personagens da história. Por isso um filme pode ter várias interpretação. Aquilo que toca a um sujeito pode passar despercebido ou até mesmo desagradar a um outro.
Eu diria que é com o inconsciente que assistimos a um filme e não com os olhos. É o sujeito, recalcado e divido, que iludido e envolvido pela imagem da tela, pela narrativa, pela interpretação dos atores, pelo fundo musical e pelo escurinho do cinema, relaxa a censura e deixa que, por alguns momentos  seu inconsciente venha a tona. Quando isso acontece o sujeito revive antigas emoções que até então estavam adormecidas e sai da sala de alma lavada. E basta a luz se acender para o recalque, que estava à espreita, voltar à tona. Só que o sujeito já não se encontra n o mesmo lugar.



domingo, 29 de abril de 2012

Pintando o sete.

Tenho arriscado outras artes e ando pintando o sete em bandejas, caixas para bijuterias, para chá, cachepot,.. 
Confesso que tenho gostado do que ando fazendo!   
Arrisco dizer que estou descobrindo como fazer do meu jeito. Chamar esse jeito de estilo seria muita pretensão. Estilo é coisa de artista, não de  arteira, que sempre fui.
De todo jeito pintar me remete a minhas lembranças infantis e a alguns traumas que me acompanham.
 Em Cachoeiro, na época em que fazia o ginásio no Colégio Cristo Rei, minha irmã Maria Amália, que desenha e pinta muito bem, era professora de pintura e dava aula na casa de meus pais.
Além de Maria Amália, Alice e Beatriz,  outras duas  irmãs são artistas. Elas três, dada a diferença de idade entre nós, já haviam estudado ou estudavam na mesma época no curso normal no colégio das freiras. 
Assim desenhar, pintar ou fazer qualquer coisas de arte era difícil para mim.  Inevitavelmente vinha a comparação com minhas irmãs. 
De qualquer forma não tinha como me furtar das aulas de desenho do curso ginasial.
Não me lembro se gostava das aulas. Lembro que  tentava fazer do meu jeito.
Até que um dia a infeliz professora, que era uma freira,  me chamou e perguntou porque eu não pedia a Maria Amália para retocar meus desenhos. Eu fiquei indignada e respondi que era porque o caderno era meu!!!
Confesso que ser comparada assim de chofre com uma irmã mais velha  e tão melhor que eu naquele aspecto me travou para muita coisa. Minhas irmãs eram danadas de prendadas!
Talvez por isso tenha preferido a leitura e só me permiti jogar voley pelo time da escola quando fazia o curso cientifico no Liceu Muniz Freire.
Beatriz, Lolô e  Lili, outras duas irmãs que tenho,  jogavam voley no time do Cristo Rei. Aliás escolhi, deliberadamente, o curso cientifico para sair do colégio das freiras e me livrar da comparação tão descarada com minhas irmãs.  


 

 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Desejo de ir

Tem um casamento que vai acontecer em Ajuda, sul da Bahia que estou doidinha para ir. 
Sabe o que atrapalha? A viagem para chegar lá!! 
De carro a viagem é um pouco longa - uma média de sete a oito horas em uma estrada péssima. Tem muito transito de caminhão, buracos inesperados... Para ir e voltar em quatro dias fica meio puxado. 
De avião, que seria a maneira mais confortável para chegarmos lá a passagem é um absurdo! Fazer turismo no Brasil é mais caro do que ir para o exterior!
Tenho olhado direto e a passagem mais barata que consigo é 1.300  e poucos reais para cada pessoa e somos dois! Vejam que absurdo! 
Ainda assim eu, que não acredito em milagres, espero que um aconteça e nos transporte para lá em um piscar de olhos.



sexta-feira, 13 de abril de 2012

Acolhimento.

Ela é simples. Em alguns momentos até simplória. 
Ao mesmo tempo é admirável o quanto ela é acolhedora.
Recebeu o irmão que estava bastante doente, já fazia um bom tempo, em sua casa.
Mandou a filha na padaria comprar salame e  pão fresco.
Colocou uma mesa para tomarem um café. 
Ele, que adorava mortadela, comeu a se fartar. 
Após o café ela perguntou se ele queria telefonar para alguém. Falar ao telefone era outra coisa que ele adorava fazer. Ele feliz da vida vez duas ligações.
Simples assim.
Invejável essa  capacidade delicada de acolher o semelhante.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O convite.

Eram dois casais amigos.
O filho de um deles ia se casar. Sempre que se visitavam esse era o assunto na conversas fazia algum tempo.
Chegou a época de distribuir os convites do casamento. 
E nada deles receberem o convite!
Não que estivessem fora da lista de convidados.
O convite deles ficou esquecido em algum canto.
A data do casamento foi se aproximando.
E nada do convite chegar!!
Até que o casal foi alertado por uma conhecida sobre o esquecimento, que foi tratado como mero acaso ocorrido por força de tanto trabalho!
Cá para nós: depois da invenção da psicanálise não podemos atribuir ao acaso os atos falhos e esquecimentos a que estamos sujeitos na relação com nossos semelhantes...
 

quinta-feira, 29 de março de 2012

Limpando armários

Quer coisa mais chata que limpar armários? 
Tira tudo do armário e passa pano com uma mistura de vinagre branco para acabar com o mofo.
Depois bota tudo de volta, uma chatice! 
Esse tira, bota lembra  a brincadeira escravo de Jó, que tanto brinquei na minha infância.
Algumas tarefas da casa são assim mesmo escravizam a dona da casa. Se ela não fizer ninguém mais faz.
No meio da arrumação Roberto colocou o Paulinho da Viola para cantar e quando vi já tinha acabado a limpeza de um armário. Trabalhar com música é libertador!
Tem mais alguns armários para repetir o processo de limpeza.  O tira, bota.
No meu caso nem tudo que se tira, volta.  
Algumas coisas passo para frente. 
Essa é a parte boa dessa tarefa. Distribuir uma pouco de coisas que não se usa mais. 
Outra coisa boa que fica é o cheirinho de limpeza que fica e a sensação de dever cumprido.
Esse tal super ego é mesmo terrível!! 





segunda-feira, 19 de março de 2012

Das pessoas queridas que se vão.

Hoje meu irmão mais velho morreu. Sobre ele muita coisa se diz. E o comum entre todas as coisa que ouço é que ele era um bom amigo, que ele era uma boa pessoa. 
Uma qualidade que eu admirava no meu irmão era a capacidade que ele tinha de falar com todos da mesma forma. Do mais rico ao mais pobre sem fazer distinção.
Ele foi uma pessoa que amou e curtiu a vida ao extremo e foi derrotado pelo álcool que comeu, literalmente, seu fígado. 
Eu brinco dizendo que se  a quaresma fosse maior talvez ainda estivesse entre nós. Católico praticante era  na quaresma a única ocasião em que ele não bebia.
Ontem fui visitá-lo no hospital e desejei que ele morresse, tão ruim estava seu estado de saúde. 
Ele não merecia aquele sofrimento.
Tenho certeza que bom vivant como ele era vai logo fazer amigos no ceú.
Aqui, para nós que o amamos, ele vai fazer muita falta.


sexta-feira, 9 de março de 2012

Das flores e dos frutos







Um jardim tem flores, abelhas e cores. 
Multicores. Vermelho, branco, amarelo, laranja e tantas outras cores. 
Dependendo da incidência da luz do sol essas tantas cores ficam mais vivas.

Um jardim também pode ter abacaxi que madura no pé, que é doce.
Pode até ter pau Brasil.
Será?

 
 
 
 

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