quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Chiques chiliques

Encontrei essa tarde uma conhecida de minha terra natal. Conversando fiquei sabendo notícias de uma outra conterrânea, que era minha amiga de infância.
Soube que ela agregou o apelido ao seu registro civil e que não gosta que a chamem pelo seu nome. Interessante é que na infância só seus familiares podiam chamá-la pelo apelido. Todos nós mortais a chamávamos pelo nome.
Hoje o apelido virou marca de sua empresa e ela só se reconhece por ele.
Conhecer, se reconhecer e ser reconhecida é sempre uma questão para o ser humano consigo mesmo e com os relacionamentos que ele estabelece. O nome é a marca distintiva do sujeito. Fica difícil tendo chamado sempre uma pessoa por um nome mudar assim de repente por questões de mercado. Parece se tratar de outra pessoa. Acho que efetivamente é disso que se trata.
Porque é difícil suportar ser chamada pelo nome que era conhecida por seus amigos de infância? Essa questão só a fulana poderá responder, se ela quiser, é claro!
Mudar o nome não é suficiente para mudar o lugar que o sujeito se coloca na relação com o outro. Lograr uma mudança desse porte implica em uma reviravolta que não é tão simples nem fácil de se dar. Via de regra é num processo bem sucedido de análise que tal mudança ocorre. E esse caminho só o sujeito pode desejar percorrer. Esse percurso implica no reconhecimento de algumas perdas que são inerentes à nossa condição humana.

2 comentários:

  1. ... E não é que é mesmo?! Pois é ... reconhecer as perdas depois de um caminho percorrido na vida, nos torna leve, amorosa e arrisco dizer alegre rsrsrsrsrsrs Adoro os seus escritos....... sinto-me em casa!

    Abraços,Rachel

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  2. Que bom, obrigada!
    beijinho.

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