domingo, 17 de abril de 2011

Dos filmes que eu vi: INVICTUS

Invictus,  narra a parte da história da África do Sul, pós apartheid. 
Nelson Mandela, ou Madiba, nome do Clã da família de Mandela e forma como ele é carinhosamente chamado por seus partidários, é eleito presidente e terá que liderar um país divido pela cor da pele. 
Como não transformar o país em um apartheid de negros, raça que ele representa no poder e que é a maioria esmagadora da população? 
Como transformar o país em uma nação? Esse era ao mesmo tempo o projeto político de Mandela e seu grande desafio.
Invictus narra uma pequena parte desse desafio através do uso político que Mandela fez do Rugby, esporte praticado pela elite branca e odiado pela maioria negra do país, que desejava mudar o nome do time que representava o país e as cores de seu uniforme.  
Mandela percebe que os brancos se identificam com esse time e reverte esse quadro com muita sabedoria. Ele passa então a priorizar o rugby, como um assunto político importante. Com esse intuito ele convida o capitão da seleção de Rugby para um chá. 
O que assistimos a partir daí é a mudança que um grande homem pode provocar em quem está ao seu redor e as repercussões disso na nação africana.
Esse filme é uma aula de política, além de ser uma história muito humana e pessoal. 
Mandela aparece na história com toda a complexidade de qualquer ser humano. Ele, por um lado, enfrenta dificuldades em suas relações afetivas e familiares e, ao mesmo tempo, é mostrado como o grande líder político que é.
Muito interessante a estratégia de Mandela para quebrar a rejeição da população negra à seleção de rugby. Ele cria um Projeto com um slogan "Um time, um país" no qual determina que a seleção nacional vá às favelas negras ensinar as regras básicas do rugby para as crianças e os adolescentes. Se por um lado esse projeto aproxima a população negra do rugby, por outro, faz com que a elite do país, representada pelos jogadores, conheça as péssimas condições de vida da população negra.
Clint Eastwood é o diretor desse filme que vale a pena ver e rever sempre.

Segue de brinde a poesia que, segundo o filme, ajudou a Mandela em seu piores momentos nos 30 anos em que foi preso político em seu país.

Autor: William E Henley
Tradutor: André C S Masini
Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.
Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.
Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.
Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.

Copyright © André C S Masini, 2000
Todos os direitos reservados. Tradução publicada originalmente
no livro "Pequena Coletânea de Poesias de Língua Inglesa"

2 comentários:

  1. Adorei a poesia de brinde! Muito bom!

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  2. Rachel, também me sinto agraciada por esse brinde: encheu minha alma!!

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