sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Negociação

A casa de praia estava nova. Recém reformada precisava de uma super faxina.
Os donos iriam chegar de férias. Fátima fez contato com Mara, antiga faxineira da casa. Informou o dia que iriam chegar e perguntou se ela poderia fazer uma limpeza antes desse dia.
O preço ficaram de combinar depois.
Uma semana depois de terem chegado Fátima telefonou para Mara vir receber. Ela chegou acompanhada do filho de 14 anos.
Fátima serviu um lanche e perguntou sobre seus filhos, sua saúde e trocaram impressões sobre a casa.
Fátima, perguntou o preço da faxina.
Começou o processo de negociação para definir qual seria esse preço.
É Fátima, a casa cresceu, observou Mara.
O filho, que estava sentado ao lado da mãe, balançou a cabeça afirmativamente.
Sim, a casa havia crescido todos concordaram.
Mas qual seria o preço da faxina? Perguntou Fátima.
É, tive que vir dois dias. Nunca havia feito faxina depois de uma construção. A casa estava muito suja, Mara respondeu.
O filho balançou a cabeça afirmativamente.
Fátima concordou dizendo que depois de construção é assim mesmo, a casa fica imunda. Mas e o preço da faxina, qual seria ?
Mara relutava em dar o preço. Pedia que Fátima o fizesse.
Fátima argumentou que era ela quem tinha que dar o preço do trabalho que ela havia realizado. O filho balançou a cabeça afirmativamente.
O preço depende do tamanho da casa, Mara respondeu. Fiz uma faxina para um senhor no caminho da balsa que cobrei quarenta reais.
O filho, ali sentado, só fazia concordar com a cabeça.
Essa casa era do mesmo tamanho da minha? Fátima perguntou.
Não, era um pouco menor. Foi a resposta que obteve de Mara.
E o filho só balançava a cabeça.
Mas e o preço, qual seria? Fátima continuou perguntando.
E Mara não dizia. Falava para frente e para trás e não conseguia definir um preço.
Depois de algum tempo de conversa, percebendo que não saia nenhum preço, Fátima, baseada nas dicas que já haviam sido dadas, resolveu arriscar e fazer uma proposta.
Foi até a varanda, de onde o marido acompanhava a negociação sentado na rede, e cochichou baixinho com ele. Voltou e bateu o martelo.
Cem reais pelos dois dias de faxina, pode ser?
Mara disse que sim. O filho balançou a cabeça afirmativamente.
O pagamento foi feito.
Mara e o filho se despediram e ficou acordado que ela iria continuar fazendo faxinas esporádicas para o casal.

3 comentários:

  1. Ângela, fiquei me colocando no lugar da Fátima, que parto esse preço,ainda bem que foi um final feliz e leve.Adorei o marido na rede, é bom ter marido por perto.
    Bjs,Rachel

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  2. É bom mesmo Rachel. Bem vinda e um abraço

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  3. É bom mesmo Rachel. Que bom tê-la de volta com seus comemtários que me tiram da sensação de estar falando sózinha! beijinho

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