quarta-feira, 9 de junho de 2010

Ainda sobre passarinhos

Quando criança ela queria ver o passarinho do pai. Imagina!, naquela época, década de 60, não podia.
Não podia nem saber que criança pequena pensava em outros passarinhos, diferentes daqueles do viveiro paterno. Ainda assim ela teimava em pensar no proibido.
Um dia deu sorte.
Seu pai fora tomar banho e esquecera a janela do banheiro aberta.
Subiu na escada e ficou lá se deliciando a olhar o banho alheio. Escondida, é claro!
Só que o pai insistia em ficar de costas.
Lá pelas tantas, não se aguentando mais, pediu, com a voz meio titubeante:
Papai vira a frente que eu já vi atrás!
O pai gritou para a mulher tirar a menina dali.
A seguir ouviu-se uns tabefes e um choro.
Ainda assim, mesmo não tendo visto tudo, pensou que valeu a pena.

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