domingo, 28 de março de 2010

Dos filmes que eu vi: Um Sonho Possível

Ontem fomos assistir ao filme Um sonho Possível, que traduzido ao pé da letra seria O lado Cego ( The Blind Side).
As vezes a vida imita a arte. Nessas ocasiões a pessoa realmente vive um conto de fadas. Assim foi a vida de Michael Oher, que é narrada nesse filme.
Michael Oher era um jovem negro, pobre, sem casa. Sua mãe era usuária de drogas. Eles moravam no lado abandonado pelo poder público das grandes cidades. Bairros onde imperam a violência, o tráfico de drogas e o crime.
Um belo dia um vizinho o leva, junto com seu filho, a um colégio católico e tenta convencer o técnico de suas reais possibilidades de ser aproveitado nos esportes. E o convence. Assim Michael é aceito como estudante naquela escola.
Após a aula ele não tem para onde ir e fica perambulando pela cidade.
Na escola Michael vê tudo branco e não se encaixa. Fica isolado. Até que S.J., filho de Anne, o enxerga e se aproxima. E ele começa a viver o seu conto de fadas quando Anne, mãe de SJ, o vê perambulando na rua e o convida para passar uma noite em sua casa. Uma noite que se eterniza pois ele acaba sendo adotado por ela e por toda sua família.
A partir dai tudo o que foge ao convencional acontece.
Anne é a mãe de uma família americana, católica e bem rica. É ela quem acolhe esse rapaz negro e faz um investimento afetivo enorme nele. E as mudanças vão acontecendo. Ele passa a ser chamado por seu nome. Ganha roupas novas, um quarto.. Ele que nunca tinha tido nem mesmo uma cama.
Michael é aceito por todos os membros da família. Até por sua irmã, que tinha tudo para ser uma Patricinha.
Vale ressaltar que Michael era uma pessoa fácil de se gostar. Era um amor de pessoa. Até meio bobão, de tão protetor.
A relação dele com seu irmão menor, SJ, é fantástica. É o irmão quem o treina para ser um jogador de futebol americano. É o irmão quem grava seus jogos e que espalha um DVD com suas jogadas para todas as universidades cujos técnicos passam a disputá-lo.
O pequeno ator que faz SJ dá um show de interpretação.
Anne, a mãe adotiva, vai fundo na história de Michael. Ela vai conhecer o bairro onde ele morou , vai conhecer a mãe dele e se depara com um mundo, que ela não enxergava em sua cidade. Aquele era o lado cego da cidade para ela.
É lindo o artificio que a mãe biológica e drogada de Michael usava para livrar seu filho daquele mundo sem saída no qual eles estavam mergulhados. Com aquele artifício ela protegia , ao seu modo, seu filho de tudo de ruim que acontecia ao seu redor. Era uma aposta amorosa que ela fazia nele. E funcionou. Fez com que ele ficasse cego para o mundo ao seu redor e fosse tocando a vida.
É bonito de se assistir que até mesmo uma mãe, drogada, que vive no fundo do poço, pode fazer uma aposta positiva em quem ela ama.
Graças a sua mãe biológica Michael ficou "cego" ao mundo de coisas violentas de seu bairro. Quando ajudado ele abriu os olhos e deixou que as promessas maternas de uma vida melhor se concretizassem.
Gosto de filmes que nos façam ver que o ser humano pode mudar para melhor. Basta que tenha uma chance. No caso de Michael ele já era uma pessoa boa. Nem sempre é assim. Só que Michael não tinha nenhuma perspectiva de vida. Caso ele não tivesse sido acolhido por alguém disposto a ajudá-lo, sua história poderia ter sido outra. Sorte dele que não foi. E nossa. Pessoas como Michael e sua família nos fazem acreditar que a vida vale a pena de ser vivida e de ser narrada.

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