domingo, 21 de março de 2010

A nova geração de mamães e seus bebês

Algumas conhecidas de minha família estão tendo bebê.
Visitá-las me leva de volta a minha lidas com filhos ainda bebês e reacendem meus sonhos de avó.
Bebês são frágeis e precisam de cuidados especiais.
Bem novinhos demoram nas mamadas e a mãe tem que ficar mesmo à disposição deles.
Nessa fase, principalmente, e na chamada primeira infância, eles ficam totalmente à mercê do outro cuidador, que faz a função materna. Os bebês são totalmente dependentes desse outro materno e recebem dele os cuidados necessários à sua sobrevivência.
Bebês só comem e dormem, como dizia meu filho, logo que sua irmã nasceu.
Mas para que eles possam comer e dormir e crescer em paz eles eles tem que receber cuidados e amor, além de seguir uma rotina. Tal rotina lhes é imposta pela mãe. É ela quem dita as regras da hora do banho, das mamadas, da trocas das fraldas sujas. É ela, inclusive, quem zela por seu sono, pelo seu banho de sol na hora certa.
Nas minhas andanças por ai tenho observado algumas coisas diferentes de minha geração.
Primeiro: um quarto decorado com um guarda roupa exagerado. Abarrotado de roupas e sapatos que a criança nem terá tempo para usar, tamanha é a rapidez com que crescem nesse período da vida.
Segundo: a falta de tato de alguns pais no cuidado com a criança, que desde de seu nascimento fica no meio de muita gente, de muita conversa alta e televisão ligada.
Em alguns casos a mãe não se isola com o bebê nem mesmo para amamentá-lo. Parece que essa mãe e esse pai não podem perder nada! E a criança, coitada, muitas vezes chora sem parar e não ganha peso, com as mamadas no peito. E o culpado disso tudo passa a ser o leite materno que, como sabemos, só faz bem para o bebê. O que é uma pena. As crianças acabam largando o peito e tomando outros leites.
Tem crianças que bem pequenas , dois três meses, já passeiam em shoppings. Quer lugar pior para uma criança nessa idade passear? O shopping tem tudo o que uma criança nessa idade não precisa: barulho, muita gente,etc.
Volto com o meu refrão: é como se os pais não quisessem perder nada.
Terceiro: a inovação da internet que criou a a necessidade de colocar fotos do bebê no orkut, que é atualizado sempre, com novas fotos.
Minha geração paparicou tantos os filhos que eles tem dificuldade de lidar com as frustrações do cotidiano que incluem o perder, o esperar, respeitar o outro e o tempo do outro.
Para além de preparar o quarto, o guarda roupa do bebê e atualizar o book na internet, talvez fosse necessário ler mais sobre os cuidados para com o bebê, sobre seu desenvolvimento, preparando o coração para respeitar o tempo do bebezinho que chega.

3 comentários:

  1. Ângela perfeito a escolha do seu tema e o seu texto! Concordo plenamente com o que foi dito.. E aliás sinto e senti muitas dessas cobranças na pele logo que tive bebê. Havia me preparado para algo especial e tinha em mente o que deveria fazer. Realmente parece que as pessoas não querem perder nada, mas isso não se refere somente aos pais. São os amigos, parentes, ligando e cobrando a sua presença em festas, shoppings, enfim todo tipo de lugar onde um recém nascido não deveria estar. Eu me recusei em levar meu filho ao shopping pelo menos até ser minimamente imunizado, o que foi aos 3 meses e você não imagina o quanto fui criticada! É muito bom ler estas palavras e saber que mais alguém te compreende.
    Concordo com todas as suas observações sobre os excessos, barulhos, tv e falta de privacidade entre a mãe e o bebê. Talvez isso explique também o excesso de dificuldades encontradas atualmente no pós-parto.
    Um abraço e obrigada por compartilhar esta reflexão.

    ResponderExcluir
  2. Oi Carolina,
    bom saber que meu texto pode ajudar a pensar a relação mãe-bebê. Há que se respeitar o tempo da criança e da mãe, não é mesmo? Um abraço.

    ResponderExcluir
  3. Sim, a cada um deve ser permitido e respeitado o tempo para diante da nova situação! São muitas novidades e descobertas.
    Abraço!

    ResponderExcluir