quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Dos filmes que eu vi: Simplesmente Martha

Para quem gosta de trocar receitas, assistir a um filme de uma obstinada chefe de cozinha de Hamburgo, Alemanha, pode ser um bom programa.
Simplesmente Martha é um filme da diretora Sandra Nettelbeck.
O filme é a história de uma mulher solteira que vive para o trabalho. Martha é uma chefe de cozinha reconhecida em sua cidade. Ela é perfeccionista e tem o que costumamos chamar de "um gênio difícil". Não suporta nenhuma crítica de seus clientes a seus pratos. Nem demonstra satisfação em ir receber os cumprimentos dos clientes que a bajulam.
Por imposição da dona do restaurante procura um terapeuta. Ela em nenhum momento se questiona sobre essa imposição. Simplesmente repete em seu tratamento as receitas e cardápios que executa em seu dia a dia. Chega até a levar alguns pratos para o terapeuta experimentar. Ao que ela assiste em sua cadeira.
Dois acontecimentos viram sua vida pelo avesso.
Ela se vê obrigada a cuidar de sua sobrinha Lina, de 8 anos, após a morte repentina da irmã. Ao mesmo tempo em que isso está acontecendo a dona do restaurante no qual ela trabalha, contrata Mário, um chefe de cozinha italiano, alegre, para trabalhar com ela.
Para poder se ligar afetivamente à sua tia, Lina precisa viver o luto da morte de sua mãe. Lina tem que vencer uma série de dificuldades para se adaptar a sua nova vida.
Ao se relacionar com Lina, Martha, tão acostumada a seguir receitas, se depara com uma situação para a qual não existe nenhuma receita a ser seguida. Sua sobrinha inclusive se recusa a comer, a despeito dos pratos elaborados que sua tia prepara.
A outra relação que mexe com sua vida é a forma irreverente e alegre como Mário trabalha. Essa alegria faz com que Lina volte a comer e aproxima Mário de Martha. Essa aproximação vai desarrumar não só sua vida como também a cozinha de sua casa, fazendo que ela, literalmente, perca o ar.
A relação afetiva com Mário e Lina possibilita a Martha romper a couraça e quebrar a distância que ela criou para se defender da aproximação das pessoas.
Justo quando eles conseguem superar algumas dificuldades de relacionamento surge o pai de Lina para levá-la para viver com ele na Itália.
Será que Martha vai deixar que a vida lhe roube a felicidade, sem receita, que ela provou e gostou?
Esse filme é o que poderíamos classificar no bordão "cinema é entretenimento".
A história é boa e leve. A diretora trata com delicadeza o tema da morte e o trabalho de luto que foi realizado por Martha e Lina, na busca de reconstruirem uma nova vida.

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