sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Histórias escritas: As 15 Lições da Pedagogia do Amor

O livro As 15 Lições da Pedagogia do Amor- A arte de construir cidadãos, da Editora Celebris é um livro autobiográfico. É o relato das memórias de um ex-interno da Febem, que passou a viver na rua para fugir do internato.
Roberto Carlos, nesse livro, conta como foi sua vida em um internato-prisão, que era o modelo educacional proposto pela ditadura militar brasileira para as crianças e adolescentes pobres.
Nesses internatos-prisões as crianças e os adolescentes eram privados do convívio familiar e comunitário e desenvolviam todas as atividades diárias no mesmo lugar, com um mesmo grupo de pessoas.
Os internos eram submetidos a uma rotina de castigos e punições. Em seu dia a dia eles eram vigiados, punidos e submetidos a uma rotina de humilhações ficando à mercê de funcionários despreparados que, em muitos casos, se tornavam seus algozes.
Roberto Carlos foi internado com seis anos de idade e sua vida sofreu uma mudança drástica.
A partir de sua internação ele experienciou uma vida de horrores que ele desconhecia e contra a qual se rebelava fugindo diversas vezes. Na instituição ele era taxado de irrecuperável.
Foi seu encontro com uma educadora francesa, Marguerite, que estava de férias no Brasil, que mudou sua vida.
Hoje Roberto Carlos é um famoso contador de história e Phd em pedagogia.
Esse livro vale a pena ser lido por vários motivos. Irei citar alguns deles.
Roberto Carlos conta a história de maneira emocionante. Ele nos faz rir, nos indignar, chorar e torcer para que ele acredite na aposta e no investimento positivo que Marguerite está fazendo nele.
Sua história nos mostra, principalmente, as consequências e os efeitos do trabalho de profissionais despreparados na vida subjetiva de Roberto Carlos.
Tantas outras crianças e adolescentes que vivem em situação de pobreza, abandono ou maltratos e que necessitam serem tutelados pelo Estado, passam pelo mesmo calvário que Roberto Carlos nos descreve. Todavia, nem todas dão a mesma sorte que ele teve de encontrar uma Marguerite, que foi sua fada madrinha, em suas vidas.






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