sábado, 5 de dezembro de 2009

Dos filmes que eu vi: A Rosa Púrpura de Cairo

A Rosa Púrpura de Cairo é um filme dirigido por Woody Allen.
A história se passa em um lugarejo, no interior dos Estados Unidos, na época da grande depressão da economia americana.
Cecília, a personagem principal, é uma garçonete apaixonada por cinema.
Para sobreviver a um casamento no qual o marido a explora e maltrata Cecília se refugia na fantasia dos filmes românticos que assiste.
Tendo ido repetida vezes assistir ao mesmo filme em cartaz no pequeno cinema de sua cidade, ela é notada pelo personagem que faz o papel de um arqueólogo. Tom Baxter sai da tela para viver um romance com ela.
Tal atitude paralisa o filme e os demais personagens ficam sem saber o que fazer, já que as cenas se misturam, ficando impossível finalizar o filme.
A plateia pede o dinheiro de volta.
Acionados pelo dono do cinema, os executivos de Hollywood entram em pânico pelo prejuízo que poderão ter caso isso se repita em outros cinemas. Eles tentam, a todo custo, fazer o personagem voltar para a tela.
Essa nova situação deixa Tom Baxter feliz por se ver livre da repetição das mesmas cenas e por estar apaixonado.
Cecília, por sua vez, que está realizando sua fantasia de viver um romance com um cavalheiro apaixonado, delicado.
Como Tom Baxter é um personagem ele vive totalmente fora da realidade e age como se estivesse em um setting de filmagem. Ele está sempre aguardando a ordem do diretor para que a cena seja cortada, após um beijo, por exemplo.
Cecília que está desempregada e cansada de ser desprezada por seu marido, embarca nessa fantasia amorosa.
Incentivado pelos produtores e com medo de perder novos contratos, o ator que fez o papel do personagem apaixonado, viaja até o lugarejo e conquista Cecília com promessas falsas.
Entre viver a fantasia e a realidade Cecília opta pela realidade.
Tom Baxter desiludido volta para tela e o filme que estava paralisado pode continuar.

Esse filme é lindo! Woody Allen capta a função psíquica do cinema que é possibilitar que o sujeito realize suas fantasias sem gastar energia.
Ter um romance com um personagem de cinema: que ser humano, seja ele do sexo masculino ou feminino, já não viveu uma fantasia como essa???
Cecília realiza, em parte, essa fantasia. Digo em parte porque ela opta pelo amor do ator e não do personagem. Ela opta por viver a realidade e não a fantasia. Isso a salva da loucura, ainda que seja a custo de se ver desiludida ao se perceber abandonada por seu novo amor.

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